O primeiro grande chamariz para Operações Especiais é a apresença da atriz Cléo Pires segurando uma arma no papel de uma policial civil. O longa, porém, explora pouco as possibilidades de sua protagonista.
A história começa com a jovem Francis (Pires) trabalhando em um hotel no Rio de Janeiro. Após presenciar um assalto no local, ela se interessa em entrar na Polícia Civil, porém em cargos administrativos. Tudo vai bem até que ela é chamada para uma missão de campo na periferia. O pano de fundo é a invasão real ao Complexo do Alemão, que aconteceu em 2010.
Até esse ponto, o filme vai bem. É quando Francis começa a efetivamente trabalhar na polícia que algumas situações incomodam pela obviedade. Além de ser a única mulher do grupo, a novata sofre com apostas de quanto tempo aguentará no trabalho, e quando os homens percebem que a garota “é osso duro”, passam a respeitá-la do dia para a noite.
O romance entre a protagonista e Décio (Fabrício Boliveira), único policial que a trata bem, é rápido, sem profundidade ou cumplicidade e ainda rende uma cena de vergonha alheia de Cléo Pires na cama com uma arma. De qualquer forma, a atriz consegue transmitir muito do medo e da insegurança de Francis quando precisa subir o morro armada.
Se o roteiro cria situações ruins, a direção de Tomás Portella (Desculpe o Transtorno) vai melhor, principalmente pelas boas cenas de ação e perseguição aos bandidos. Outro ponto positivo é a atuação de Marcos Caruso como o delegado Paulo Froes. O ator consegue transmitir anos de experiência do personagem com apenas algumas falas.
Apesar de ter uma proposta interessante, Operações Especiais não consegue inovar e sofre com um roteiro confuso. Se você tem outros filmes para assistir no cinema, vale a pena esperar a versão em home video.
Ano: 2015
País: Brasil
Duração: 90 minutos min
Elenco: Cléo Pires, Fabiula Nascimento, Marcos Caruso, Thiago Martins
