Ricos de Amor 2 peca ao repetir fórmula

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Filmes

Crítica

Ricos de Amor 2 peca ao repetir fórmula

Longa aponta caminhos interessantes, mas novamente investe ma trama do boy inconsequente que precisa aprender a ser um ser humano melhor.

Omelete
3 min de leitura
05.06.2023, às 10H34.
Atualizada em 05.06.2023, ÀS 11H07

Três anos após o lançamento de Ricos de Amor, o casal Teto (Danilo Mesquita) e Paula (Giovana Lancelotti) está de volta em Ricos de Amor 2, que conta novamente com o diretor Bruno Garotti. Pena que, dessa vez, Paula (assim como boa parte de sua personalidade) é completamente jogada de lado, e temos mais foco na jornada de transformação de Teto, o que prova que de boas intenções, o inferno está cheio.

O longa aposta em uma trope das sequências de filmes – levar os protagonistas e suas dinâmicas de relação para outra locação. Nesse caso, Paula viaja para a Amazônia a trabalho, e Teto parte novamente em busca de sua amada. Quando percebemos, Monique (Lellê) e Igor (Jaffar Bambirra), os sócios de Teto, também estão na Amazônia, e a trama repete o quiprocó clichê das trocas de identidade.

O roteiro é assinado por Garotti e Sylvio Gonçalves, que parecem não ter se preocupado com a continuidade lógica das personagens e decidido partir do zero. Digo isso porque seria de se esperar que Teto começasse esse filme mais ou menos no ponto em que parou em Ricos de Amor. Mas não, Teto não aprendeu absolutamente nada com os acontecimentos do filme anterior, e é o mesmo jovem mimado e egoísta, que não ouve os outros e toma decisões impulsivas. E passar um filme inteiro, novamente, assistindo Teto aprender a ser um ser humano mais decente é, no mínimo, cansativo. Especialmente quando o roteiro aponta questões sociais importantes e atuais, como o garimpo ilegal. Mas tudo bem, estamos falando de uma comédia romântica... não dá para esperar que Ricos de Amor 2 seja um filme sobre garimpo ilegal na região amazônica. O problema é que a falta de profundidade no tema resulta em uma conclusão catastrófica em que Teto se apresenta praticamente como um “white savior” – o branco salvador. E com a justificativa de que todos os seus erros foram bem intencionados, ele se redime novamente.

Dito isso, o filme cativa com imagens belíssimas da natureza amazônica e traz destaque para elementos da cultura indígena. A trilha sonora empolga com canções compostas por Alok em colaboração com artistas indígenas. Assim como no primeiro filme, o elenco carismático dá um brilho ao longa, e Danilo Mesquita faz o possível para tornar o jovem Teto um pouco menos intragável. Novos atores trazem frescor, como Adanilo, que interpreta o doutor Tawan, e Kay Sara, que interpreta Wunin. Pena que os novos personagens, principalmente Wunin, sejam utilizados mais como dispositivos para o crescimento pessoal de Teto.

Ricos de Amor 2 poderia ter aproveitado do sucesso do original para ousar e apontar novos caminhos, mas acaba sendo mais do mesmo. Resta torcer para que, se houver um terceiro filme, Paula finalmente perceba que sua vida é melhor longe de Teto.

 

Nota do Crítico
Regular
Ricos de Amor 2
Ricos de Amor 2
Ricos de Amor 2
Ricos de Amor 2

Ano: 2023

País: Brasil

Direção: Bruno Garotti

Roteiro: Bruno Garotti, Sylvio Gonçalves

Elenco: Danilo Mesquita, Giovanna Lancellotti

Onde assistir:
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