Cena de Robô Selvagem (Reprodução)

Créditos da imagem: Cena de Robô Selvagem (Reprodução)

Filmes

Crítica

Robô Selvagem é uma emocionante história sobre maternidade e pertencimento

DreamWorks abraça sua nova estética e entrega melhor animação do ano (até agora)

Omelete
3 min de leitura
10.09.2024, às 11H34.

Das mãos de Chris Sanders (e sua equipe de animadores, claro), o mundo pop ganhou duas criaturas fofas: Stitch e Banguela, de Lilo & Stitch e Como Treinar seu Dragão, respectivamente. Se, com sua obra seguinte (Os Croods), ele não conseguiu tanto sucesso, agora, numa nova era da DreamWorks, pronta para começar a trabalhar com outros estúdios e abraçando a nova estética da animação, que encantou o público com Gato de Botas 2, ele talvez tenha feito a melhor animação do ano com Robô Selvagem.

A adaptação do livro de Peter Brown mistura O Gigante de Ferro, de Brad Bird, com a clássica história do Patinho Feio, tudo para contar a trajetória de Roz, uma robô que acorda em uma terra desabitada e passa a enfrentar os perigos e viver na dinâmica que a natureza impõe. Vivida por Lupita Nyong’o, Roz é programada para servir e fazer aquilo que os humanos exigem dela, mas precisa se adaptar ao ambiente selvagem que encontra para sobreviver. É então que, após um acidente com ela destruir um ninho, ela adota Brightbill (Kit Connor), um filhote de ganso.

Robô Selvagem começa aí a contar uma história sobre maternidade e pertencimento. Roz cria Bill, mas ela não é a mãe dele ou quem deveria ensiná-lo seus três “princípios básicos”: se alimentar, nadar e voar. Da mesma forma, ela ainda é vista como um monstro pelos animais, que não a querem por perto. Aliada com a raposa Fink (outro animal que ninguém confia), interpretado por Pedro Pascal, eles passam a viver como uma família disfuncional que tenta a todo custo criar Bill para ser um ganso de verdade, que pode migrar no inverno e não morrer ali. Esse lado familiar da relação dos três é a grande joia e o coração de Robô Selvagem, que vai construindo de forma ágil e sem infantilidades essa história de companheirismo. 

O trabalho de dublagem é excelente, especialmente com um elenco coadjuvante que inclui Catherine O’Hara, Mark Hamill, Ving Rhames, Bill Nighy e Staphanie Hsu. E, visualmente, o filme é um espetáculo. Em um trabalho muito parecido com o de Gato de Botas 2, Robô Selvagem brinca com a paleta de cores e cria texturas com imagens que em alguns momentos parecem aquarela, em outros um rastro de pincel e até traços de caneta. Folhas, árvores, água, fogo, neve… são tantos elementos para dar vida ao mundo de Roz e Bill, fazendo com que seja impossível imaginar o filme fora da telona, onde esses detalhes não seriam percebidos. A própria robô ganha elemenos infindáveis nas mãos da equipe de animadores.

Robô Selvagem, enfim, se dá ao luxo de entregar uma das suas maiores e melhores cenas quando ainda está na metade da metragem - o trainemento de Bill -, não precisando guardar toda a emoção para o final. Ainda assim, o filme vai lá e entrega outros grandes momentos (e alguns pequenos) tão importantes e tocantes quanto o da montagem. Roz entra para a galeria de grandes criaturas dos filmes de animação, e Sanders mostra que tem munição criativa para entregar o melhor filme animado de 2024... pelo menos até agora.

Se Divertida Mente 2 achou que a corrida do Oscar estava fácil, agora o páreo ficou duro.

Nota do Crítico
Ótimo
Robô Selvagem
The Wild Robot
Robô Selvagem
The Wild Robot

Ano: 2024

País: EUA

Duração: 101 min

Direção: Chris Sanders

Roteiro: Chris Sanders

Elenco: Ving Rhames, Catherine O'Hara, Stephanie Hsu, Bill Nighy, Matt Berry, Pedro Pascal, Kit Connor, Lupita Nyong'o, Mark Hamill

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