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Crítica

Sete Homens e um Destino | Crítica

Antoine Fuqua entrega remake genérico do clássico

08.09.2016, às 18H44.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Se por um lado vale celebrar o retorno de um western clássico aos cinemas, por outro é impossível não lamentar a falta de assinatura nele. Dirigido por Antoine Fuqua, Sete Homens e um Destino (The Magnificent Seven, 2016) carece de qualquer novidade ou peso, a não ser uma auto-imposta obrigatoriedade em ser cultural e etnicamente diverso.

Nada contra a diversidade em si, mas ao despreparo do roteiro em lidar com sete homens tão distintos trabalhando juntos em um filme de época - um caçador de recompensas negro, um comanche solitário, um chinês especialista em facas, um foragido mexicano, um branco devoto matuto, um confederado com estresse pós-traumático e o típico herói carismático americano - e reduzir essa diversidade a apenas uma ou duas piadinhas. É implausível, além de um tanto leviano com o gênero e com a história em si. Não estamos no futuro utópico da humanidade imaginado em Star Trek, afinal, mas em 1890, durante o desbravamento dos EUA e do oeste sem lei.

Apelando para uma boa dose de suspensão de descrença, Denzel Washington, Chris Pratt, Ethan Hawke, Vincent D’Onofrio, Lee Byung-hun, Manuel Garcia-Rulfo e Martin Sensmeier formam um belo grupo. Funcionam bem juntos, especialmente Washington e Hawke, a dupla de Dia de Treinamento, o melhor filme do diretor. Ambos têm algumas boas cenas, ainda que Fuqua não consiga injetar qualquer traço de autoria nelas. Sua idealização apaixonada do super-herói Denzel segue intacta, no entanto, com o pistoleiro bailarino com direito a peripécias no cavalo, como nos westerns de outrora.

A trama acompanha o esqueleto de Os Sete Samurais, de Akira Kurosawa, levado ao público ocidental pela primeira vez no Sete Homens e um Destino original, de 1960. Nela, colonos de uma cidade no extremo oeste da América do Norte veem-se às voltas com um tirano (um bandido em 60, hoje um milionário inescrupuloso) e partem em busca de ajuda. Ela chega na forma de um bando de desajustados formidáveis, que preparam a defesa da cidade. Peter Sarsgaard vive o poderoso industrial nesta versão - e faz sua melhor cara de psicopata, o que é sempre interessante de ver.

Ainda que seja bastante genérico, a grande sequência de ação do final até que segura este novo Sete Homens e um Destino. A fotografia de Mauro Fiore, colaborador frequente de Fuqua, dá ao filme a qualidade épica esperada, ainda que a trilha de James Horner e Simon Franglen - que tinham à disposição os acordes imortais de Elmer Bernstein - não acompanhe. Ao final, Fuqua entrega um filme divertido, mas se você busca apenas um passatempo de momento nesta reimaginação de os Sete Samurais, rever outra delas, Vida de Inseto, ainda vale mais a pena.

Nota do Crítico
Bom
Sete Homens e um Destino
The Magnificent Seven
Sete Homens e um Destino
The Magnificent Seven

Ano: 2016

País: EUA

Classificação: 14 anos

Duração: 132 min

Onde assistir:
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