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Crítica

Sexta-Feira Muito Louca | Crítica

Recheado de fórmulas, filme funciona bem, garantindo algumas boas risadas

19.02.2004, às 00H00.
Atualizada em 20.04.2020, ÀS 11H11

Imagine o que aconteceria se a Rede Globo lançasse uma nova versão da novela Roque Santeiro ambientada no espaço, ou com uma mulher no lugar do Sinhozinho Malta e um Viúvo Porcino, ou mesmo com a trama ambientada hoje em dia numa favela carioca.

Sentiu o drama?

É exatamente o que Hollywood faz com suas fórmulas clássicas. Basta pegar uma estrutura básica, já devidamente testada e aprovada pelo público, atualizar diálogos, colocar uma trilha sonora moderninha, novo elenco e voilá! Sai um filme novinho para as telonas. O público - ou pelo menos a grande maioria dele - acha ótimo e os produtores enchem os bolsos com pouco esforço.

Esse é exatamento o caso com Sexta-feira muito louca (Freaky friday, de Mark S. Waters, 2003), uma refilmagem de Se eu fosse minha mãe (Freaky friday, de Gary Nelson, 1976).

Recheada de elementos consagrados das comédias-família de Hollywood como Quero ser grande (Big, de Penny Marshall, 1988), Tal pai tal filho (Like father, like son, de Rod Daniel, 1987), Trocando as bolas (Trading places, de John Landis, 1983) e tantas outras, a comédia não traz surpresas, mas agrada pelas interpretações, bons diálogos e produção.

Na história, a família Coleman está vivendo um momento de puro estresse. Alguns anos depois da morte do marido, a psicóloga Anna Coleman (Jamie Lee Curtis) descobriu um novo amor. Prestes a se casar pela segunda vez, tem que administrar sua extenuante vida profissional, a casa e os filhos, bem como coordenar todos os preparativos para a cerimônia que acontecerá na próxima sexta-feira.

Enquanto isso, sua rebelde filha adolescente (Lindsay Lohan) causa problemas na escola, tira notas péssimas e não pára de brigar em casa, tudo um reflexo de seu desinteresse pelo novo relacionamento da mãe.

Inevitavelmente, as duas entram em atrito direto, causando uma terrível discussão, que é acompanhada de longe por uma senhora chinesa. A anciã decide intervir, jogando uma maldição: mãe e filha trocarão de corpo até que ambas consigam se compreender e que o amor verdadeiro retorne. Começa, então, uma série de divertidas situações que mostrarão o choque de gerações da maneira mais espalhafatosa possível.

Como já era esperado, o filme funciona bem, garantindo algumas boas risadas. É muito difícil arruinar o formato e o diretor Mark S. Water (Cinco Evas e um Adão) segue a cartilha do gênero à risca, garantindo a qualidade esperada no produto final. Claro que os bons diálogos escritos por Heather Hach e Leslie Dixon também ajudam o cineasta, mas o ponto mais forte da produção fica mesmo por conta das ótimas interpretações de Jamie Lee Curtis (Halloween: A ressureição) e Lindsay Lohan (Operação cupido), que convencem tanto no papel de mãe caretona quanto no da filha revoltadinha.

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