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O copo está meio cheio ou meio vazio? Depende se você é otimista ou pessimista.
Sorte no amor (Just my Luck, 2006), segue o modelo de comédia adolescente, com belos atores, beijos apaixonados, uma banda de rock em ascensão e um elemento recente: mensagens otimistas de auto-ajuda. A protagonista Ashley Albright (Lindsay Lohan) é dotada de uma inacreditável sorte, mostrada na tela através de divertidas seqüências em que tudo dá certo: ela sai na chuva e nunca se molha, os táxis sempre param na sua frente e sinais vermelhos nunca acendem. Já Jake (Chris Pine) é seu oposto exato, e já está até acostumado à vida de azarão e ao emprego de limpador de privadas/entregador de comida/produtor musical fracassado.
Como no clássico Trocando as Bolas (Trading Places, 1982), com Eddie Murphy e Dan Aykroyd, os dois personagens têm a sorte invertida, e enquanto um cai em desgraça, o outro passa a viver no lado luxuoso da vida. Ashley é demitida, vai presa e apanha na cadeia, perde o apartamento e todo seu dinheiro. Já Jake tira a sorte grande, e vai de limpador de privadas a produtor musical milionário. Tudo isso do dia para a noite.
Ainda que não seja uma releitura declarada do filme com Eddie Murphy, o desenvolvimento da história é bastante semelhante e dá à comédia um gostinho de filme da Sessão da Tarde. Apesar de limitada, a atuação de Linsay Lohan rende boas risadas quando sua personagem passa pela maré de azar, enquanto Jake certamente arrancará suspiros da platéia feminina adolescente durante sua ascensão ao estrelato.
A auto-ajuda pontua vários momentos do filme, pregando mensagens sobre sorte e pensamento positivo, que acabam sendo atropeladas pelo roteiro, já que os fatos têm uma explicação um pouco mágica e bem descompromissada. Não que isso atrapalhe o filme, levando-se em conta que não havia muito em jogo.
Embrulhado numa fotografia caprichada que privilegia as cores alegres, um elenco de apoio competente, com Faizon Love (Um duende em Nova York) e Missi Pyle (A fantástica fábrica de chocolate), Sorte no Amor pode cair no gosto do público brasileiro, principalmente o adolescente. A chave para se aproveitar o filme é não criar muitas expectativas, já que o roteiro é tão previsível quanto improvável. Se você vai gostar ou não, tudo depende da pergunta: o copo está meio cheio ou meio vazio?
Ano: 2006
País: EUA
Classificação: 12 anos
Duração: 82 min
Direção: Donald Petrie
Roteiro: Jonathan Bernstein, I. Marlene King, Mark Blackwell, James Greer, Amy B. Harris
Elenco: Lindsay Lohan, Samaire Armstrong, Chris Pine, Missi Pyle, Makenzie Vega, Bree Turner, Faizon Love, Danny Jones, Tom Fletcher, Carlos Ponce, Harry Judd, Dougie Poynter, Tovah Feldshuh, Dane Rhodes, Jaqueline Fleming, Ira Hawkins, J.C. Sealy, Mikki Val, Marcus Hester, Ameer Baraka, Hannah Tointon