A era dos filmes de terror com inteligência artificial ganhou mais um capítulo. Submissão (Alice: Subservience), estrelado por Megan Fox, imagina um mundo onde robôs começaram tomar conta da mão de obra, seja em construções ou nos afazeres de casa. Não há interesse, porém, em discutir em como isso vai mudar o mercado ou qualquer coisa do tipo, o negócio aqui é mostrar como trazer um destes modelos pode virar uma máquina de matar se o contexto correto for entregue.
A proposta é honesta, assim como sua apresentação. Submissão nunca quer enganar o espectador do que tem a dizer. Em menos de 10 minutos de filme já se sabe que Megan Fox será a antagonista, e que o papel de babá maligna robótica vem com toques de erotismo, tanto do lado dela quanto do protagonista, o ator italiano conhecido por 365 dias, Michelle Morrone. Ser transparente no que oferece, porém, nem sempre é o suficiente para tornar a proposta interessante.
Depois de levar a andróide para casa para ajudar com as crianças, já que sua esposa está no hospital, Nick (Morrone) se sente pressionado pela insistência babá em ajudar mais e mais, e como seu dia a dia no trabalho está pesado, ele para começa a dar mais espaço para a inteligência artificial tomar conta da casa. Ao invés de construir isso com algum toque de suspense ou comédia (como M3GAN fez), Submissão aposta no erotismo, na aproximação entre homem e máquina, mas sem qualquer traço de sensualidade ou curiosidade no meio disso.
Lógico que ajuda o corpo-escultura da dupla principal, mas o impacto visual não é o bastante para envolver ou provocar o espectador numa atmosfera dentro da história em si. Ao passo que o envolvimento entre os dois começa a se tornar mais nocivo do que curioso, o longa decide enveredar de vez para uma aventura de Skynet contra uma família destroçada e destrói qualquer vestígio de originalidade que poderia existir. E na hora da ação, em que o visual do casal pouco ajuda a evoluir a proposta, Submissão se torna uma sucessão de acontecimentos óbvios e sem propósito - e na situação atual, não sei nem se dá pra dizer que uma IA faria algo assim, pois talvez até ela iria por um caminho menos entediante.
Ano: 2024
País: EUA
Classificação: 16 anos
Duração: 1h46 min
Elenco: Megan Fox