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Trair e Coçar É Só Começar | Crítica

Trair e coçar é só começar

24.08.2006, às 00H00.
Atualizada em 04.11.2016, ÀS 19H04

Trair e Coçar, É Só Começar
Brasil, 2006
Comédia - 92 min

Direção: Moacyr Góes
Roteiro: Flávio de Souza e Marcos Caruso, baseado em peça teatral de Marcos Caruso

Elenco: Adriana Esteves, Cássio Gabus Mendes, Otávio Muller, Bianca Byington, Mônica Martelli, Mário Schoemberger, Aílton Graça, Fabiana Karla, Márcia Cabrita, Cristina Pereira, Lívia Rossy, Thiago Fragoso, Mário Borges, Chris Amorim

Embora muita gente duvide, críticos de cinema são seres humanos comuns, com defeitos, virtudes e, claro, curiosidade. Por isso, nada mais normal do que bate-papos, discussões e a inevitável pergunta "E aí, o que você achou do filme X?" Quando a tal questão tinha como alvo Trair e coçar é só começar (2006), a resposta mais comum era algo do tipo "Ah, até que é bom, perto do que eu estava esperando..."

Olhando o currículo de duas pessoas envolvidas no projeto, fica mais fácil entender o motivo de tamanha desconfiança inicial. Seus nomes são Diller Andrade e Moacyr Góes. O primeiro é o produtor e o outro, o diretor. Antes de Trair e coçar..., os dois já haviam cometido Dom, Maria, mãe do filho de Deus e Xuxa em Abracadabra, em 2003, e Um show de verão, Irmãos de fé e Xuxa e o tesouro perdido, no ano seguinte.

A marca de três filmes por ano é invejável do ponto de vista numérico. Para se ter uma idéia, Steven Spielberg, que deve ter várias equipes trabalhando para ele, conseguiu em 2005 a façanha de lançar dois filmes, Guerra dos Mundos e Munique, e em seguida resolveu tirar 2006 inteiro para relaxar. Já o incansável Moacyr Góes acha o excesso de tempo que alguns cineastas levam para desenvolver seus projetos um erro, e que estes longos períodos causam um "enferrujamento" nas capacidades destes profissionais. Para ele, quanto mais se produz, melhor.

Cinema express

Mirando a quantidade, porém, o que acaba ficando de lado é a qualidade. Isso fica bem claro neste seu mais recente longa-metragem, que foi filmado e finalizado em um espaço de tempo menor do que a gestação da protagonista Adriana Esteves. O caso mais gritante da falta de cuidado é a montagem. Parece que a única ordem na sala de edição era utilizar todos os ângulos disponíveis, o que acaba tornando o filme uma colcha de retalhos torta, que alinhava de forma desordenada seqüências curtas, mudando a posição de câmera mais vezes que um videoclipe caseiro de hardcore.

Falhas técnicas à parte, a comédia de erros protagonizada pela bem intencionada, mas atrapalhada, Olímpia (Adriana Esteves) deve arrancar sorrisos até dos mais desconfiados. Grande parte dos méritos fica com a própria Adriana. Quem imaginaria que a atriz, conhecida por seus papéis de mocinha, daria uma boa empregada doméstica? É sua Olímpia quem comanda a bagunça. Enquanto busca formas de conseguir um aumento e conquistar o coração do porteiro (Ailton Graça), ela acaba fazendo seus patrões (Cássio Gabus Mendes e Bianca Byington) acreditarem que estão sendo traídos, no dia do seu aniversário de casamento.

No entanto, se Trair e coçar... - baseado em uma peça que está em cartaz ininterruptamente há 20 anos - tem potencial para se tornar um sucesso também como filme, não é pelas suas qualidades como cinema, que quase inexistem. O ponto forte é a força do roteiro escrito por Marcus Caruso, que já levou mais de 4 milhões de espectadores aos teatros. Tanto tempo de palco serviu para diminuir os riscos, aperfeiçoando o timing das piadas e cativando um público que deve correr para o cinema para conferir o resultado final, que é engraçado... apesar de tudo!

Nota do Crítico
Bom
Trair e Coçar, é só Começar
Trair e Coçar, é só Começar
Trair e Coçar, é só Começar
Trair e Coçar, é só Começar

Ano: 2006

País: Brasil

Classificação: 10 anos

Duração: 100 min

Direção: Moacyr Góes

Roteiro: Marcos Caruso

Elenco: Adriana Esteves, Cássio Gabus Mendes, Ailton Graça, Bianca Byington, Mônica Martelli, Márcia Cabrita, Mário Schoemberger, Thiago Fragoso, Cristina Pereira, Fabiana Karla, Lívia Rossy, Otávio Muller

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