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Quem já teve um relacionamento minimamente sério certamente passou pelo terror de conhecer os sogros. E quem já foi ao cinema mais de dez vezes já deve ter visto ao menos um filme que trata do assunto. Mesmo sendo algo tão comum, o tema é revisitado em Tudo em família (The Family Stone, 2005), escrito e dirigido por Thomas Bezucha.
De um lado do ringue está Meredith Morton (Sarah Jessica Parker em seu primeiro papel pós-Sex and the City), mulher de negócios bem sucedida em Nova York. Contra ela está a família de seu namorado, Everett (Dermot Mulroney), os Stone. O pai (Craig T. Nelson) é professor universitário, mas quem comanda mesmo a casa é sua esposa, Sybil (Diane Keaton).
A confusão começa na véspera da noite de Natal, quando a família vai se reunindo. O primeiro a chegar é o surdo Thad (Ty Giordano), acompanhado do seu parceiro Patrick (Brian White). Logo depois aparece Amy (Rachel McAdams), seguida de Susannah (Elizabeth Reaser) e, por fim, o boa-vida Ben (Luke Wilson). Cada um dos Stone é bem diferente e, conscientemente ou não, vai deixar a já insegura Meredith ainda mais desconfortável como a intrusa em sua tradicional festa. Tudo bem que ela também não ajuda muito, principalmente quando recusa o quarto dos pais de Everett e espulsa a caçula Amy do seu cantinho. Para ajudá-la a superar estes problemas, Meredith convida a sua irmã (Claire Danes), que só vai ajudar a complicar ainda mais a situação.
Mas se você está pensando em uma comédia à la Entrando numa fria, esqueça. Apesar de algumas cenas mais físicas, o filme tem também uma boa carga dramática que pode fazer os sorrisos rapidamente darem lugar a lágrimas. O problema é que estas mudanças são bruscas como as transformações do Dr. Jekyll no temido Sr. Hyde, e tornam o filme perdido, sem personalidade. Há, por exemplo, momentos que emocionam pela proximidade com o mundo real e, por outro lado, desfechos que só acontecem em Hollywood. Na sua tentativa de entreter e emocionar, Bezucha acaba quebrando a estrela que ficaria no topo da árvore de natal.
Há também um sério problema de timing no seu lançamento aqui no Brasil, já que ao apagar das luzes começa uma típica música natalina. Nada contra, mas por que não lançaram o filme no início de dezembro, quando as pessoas - assim como Meredith e Everett no início do filme - estão fazendo suas compras?
Ano: 2005
País: EUA
Classificação: 12 anos
Duração: 102 min