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Tudo para Ficar com Ele | Crítica

Uma idéia original que, nem é tão original, e falha na execução

23.08.2002, às 00H00.
Atualizada em 08.11.2016, ÀS 14H04

Em Hollywood, quase tudo já foi tentado e experimentado. Sendo assim, boa parte das produções na terra do Tio Sam simplesmente seguem determinadas regras, sempre de olho no que deu certo no passado. Com sorte, o filme é bem aceito, gera recursos para uma próxima produção e a vida continua.

Todavia, vez ou outra, aparece alguém disposto a quebrar padrões estabelecidos e tentar a sorte nas bilheterias com uma idéia original, uma nova maneira de encarar velhos clichês ou mesmo reinventar um gênero. Caso sejam bem sucedidas, pode apostar que tais produções serão copiadas à exaustão nos anos que se seguem ao seu lançamento; pelo menos, até que algo melhor apareça. Agora, se a tal idéia original falhar...

E falhas são o que não faltam em Tudo para ficar com ele (The sweetest thing, 2002), que supostamente deveria revolucionar as comédias românticas, pelo menos na intenção do diretor Roger Kuble (Segundas intenções) e da roteirista Nancy M. Pimental (uma das escritoras de South Park).

A dupla acreditou que se tentasse unir o estilo das comédias dos Irmãos Farrelly - mestres nas comédias recheadas de elementos escatológicos e bizarros, tais como Debi & Lóide (Dumb & Dumber, 1994), O Amor é Cego (Shallow Hall, 2001) e Quem Vai Ficar com Mary? (Theres something about mary, 1998) -, com uma abordagem girl power, conseguiria inovar o gênero.

Acontece que ambos esqueceram que é necessário mais um elemento na mistura: talento. A tentativa é evidente até mesmo no elenco (Cameron Diaz é a atriz principal de Quem vai ficar com Mary?) e em uma das versões do pôster do filme, parecidíssima com o que foi usado em Mary.

Enquanto os Irmãos Farrelly sabem dosar a quantidade de gags nojentas com piadas inteligentes e situações constrangedoras, em Tudo para ficar com ele, o descompasso é evidente. Pouquíssimas piadas são engraçadas, todas as situações constrangedoras são exageradas e inverossímeis demais e não existe qualquer tipo de simpatia pelas personagens principais.

No filme, Christina Walters (Cameron Diaz) e suas amigas Courtney (Christina Applegate, de Um amor de família) e Jane Burns, (Selma Blair, de Legalmente loira) têm uma regra de ouro para resolver as questões de relacionamentos: Nunca procurar o homem perfeito e sim, manter o foco no mais próximo. Esse estilo de vida cai por terra quando Christina encontra-se com Peter (Thomas Jane, de Pecado Original) e se apaixona. Como o rapaz desaparece, a linda loira decide embarcar numa road trip para encontrá-lo e poderem ficar juntos. No caminho, toda sorte de situações inusitadas (e mal conduzidas) são enfrentadas pelas amigas.

Tudo para ficar com ele custou 43 milhões de dólares e alcançou apenas a metade disso nas bilheterias norte-americanas. E como a suposta idéia original falhou, pelo menos não vamos ter que aturar uma continuação do filme, nem cópias do mesmo. Tudo tem seu lado positivo, afinal. ;-)

Nota do Crítico
Regular
Tudo Para Ficar Com Ele
The Sweetest Thing
Tudo Para Ficar Com Ele
The Sweetest Thing

Ano: 2002

País: EUA

Classificação: 14 anos

Duração: 84 min

Direção: Roger Kumble

Elenco: Cameron Diaz, Christina Applegate, Selma Blair, Thomas Jane, Frank Grillo, Jason Bateman, Eddie McClintock, Parker Posey, James Mangold

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