Vampire Hunter D Bloodlust | Crítica

Em 1985, foi produzido, no Japão, o primeiro longa-metragem de animação estrelado pelo caçador de vampiros D. Baseado nos livros de Hideyuki Kikuchi, desenhados por Yoshitaka Amano (o ilustrador de Sandman - Caçadores de sonhos), ele mostrava as aventuras de D, um ser meio homem meio vampiro (um Dhampyr segundo as antigas lendas balcânicas, daí o nome) que carrega uma espada enorme, tem um demônio desbocado na sua mão esquerda (!) e habita uma Terra pós-apocalíptica assolada por vampiros. Graças à sua fantástica animação (para a época) e o carisma de seu personagem principal (com seu visual distintivo criado por Amano), o filme tornou-se um dos clássicos da animação japonesa.

Infelizmente, o mesmo não se pode dizer desta continuação. Bloodlust é pouco mais do que um típico anime de ação, com elementos de terror e quase todos os chavões de histórias de vampiro. Apesar da impressionante animação do estúdio Madhouse (o mesmo de Metrópolis), esta nova película não tem um milésimo do estilo do original.

A história é simples. D é um dos caça-vampiros contratados por um milionário para resgatar sua filha Charlotte, seqüestrada pelo poderoso vampiro Meier Link. O detalhe é que os pombinhos estão perdidamente apaixonados um pelo outro e pretendem fugir para o espaço (sim, o espaço) para viver juntos para sempre. Piorando a situação, um grupo de caça-vampiros menos escrupulosos também está atrás da recompensa.

Há diversos problemas na trama; o pior é o excesso de lugares comuns. Ao ver o grupo de caça-vampiros, todos posudos e marrentos, havendo apenas uma única mulher entre eles, o espectador não tarda a adivinhar qual o destino de todos eles. Com exceção das personagens centrais, os demais têm a profundidade de protagonistas de videogames. Ruins!

Não satisfeito em utilizar os clichês de filmes de vampiro, o desenho ainda coleciona os de outros gênero, como faroeste e pós-apocalípticos estilo Mad Max. A história também não se destaca pela consistência e parece ter saído de improviso. Entretanto, o origem do problema pode estar nos livros em que foi baseada.

Há qualidades redentoras? Sim, a animação do competente estúdio Madhouse, embora irregular (e bem distante do primor de Metrópolis) é de boa qualidade, com algumas seqüências espetaculares. Temos também um bom emprego de animação 3D, principalmente o castelo de Carmila. O protagonista ainda é uma personagem interessante, embora pareça deslocado no meio de tantas outras insossas. O epílogo, por sua vez, é interessante com o melhor diálogo dos 103 minutos, , embora chegue tarde demais para salvar a história.

Resumindo, boa animação a serviço de uma história rasteira e dispensável. O original, embora envelhecido nos dias de hoje, é uma opção muito mais interessante.

 

Vampire Hunter D Bloodlust Japão/EUA/Hong Kong , 2000 Direção: Yoshiaki Kawajiri Roteiro: Kawajiri / Hideyuki Kikuchi

Vampire Hunter D: Bloodlust

Vampire Hunter D: Bloodlust

Ano: 2000

Gênero: Animação

País: Japão/EUA/Hong Kong

Classificação: 14 anos

Duração: 103 min

Direção: Yoshiaki Kawajiri

Roteiro: Yoshiaki Kawajiri

Onde assistir:

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