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Encantada

Disney acerta ao mesclar comédia romântica e contos-de-fadas

13.12.2007, às 18H00.
Atualizada em 03.11.2016, ÀS 08H59

A Walt Disney Pictures tem em suas animações clássicas uma inesgotável fonte de recursos. A decisão de criar há alguns anos a série "Princesas", empregando todas as grandes personagens das fábulas da casa - como Cinderela, Bela Adormecida, Branca de Nave, Jasmine, Ariel... - , provou-se extremamente lucrativa. Igualmente felizes financeiramentesão as apostas do estúdio em filmes-família, cheios de romance e aventura, sempre campeões de bilheteria. Assim, nada melhor que unir estes dois mundos... e é justamente essa a idéia de Encantada (Enchanted).

O filme é um conto de fadas tradicional na estrutura, mas inusitado na forma. Segue as mesmas idéias de sempre do estúdio, mas as traz para o mundo real. Encantada começa animado no melhor estilo 2D clássico, mas logo coloca seus personagens em versão de carne-e-osso na Nova York contemporânea. É ao mesmo tempo fábula e comédia romântica - e a montanha de dinheiro que o filme está gerando vai precisar de uma caixa forte importada de outro universo da Disney - o do Tio Patinhas.

Encantada

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Na trama a típica princesa Giselle (Amy Adams) é expulsa do reino de Andalasia pela Bruxa Malvada (Susan Sarandon, divertindo-se como nunca no papel). Sem aviso, a inocente vai parar na terceira maior cidade do planeta, onde descobre a duras penas que nem todo mundo acredita em finais felizes. Felizmente, seu Príncipe Encantado (James Marsden, o Cíclope de X-Men) parte logo à sua busca... mas há outro pretendente no caminho, um advogado charmoso (Patrick Dempsey, o "McDreamy" de Grey´s Anatomy) cujo trabalho é justamente a antítese do "felizes para sempre": ele é especializado em divórcios litigiosos.

O roteiro de Bill Kelly (De Volta Para o Presente), Rita Hsiao (Toy story 2) e Todd Alcott (Formiguinhaz), dirigido por Kevin Lima (Tarzan), funde a esperteza ácida da qual Shrek foi precursor com todos os conceitos dos contos-de-fadas martelados pela Disney ao longo de décadas. É um tremendo acerto para o estúdio, que jamais convenceu ninguém quando tentou a autoparódia. Encantada não faz piada do passado da empresa, mas com seu passado. Divertido, não tem qualquer vergonha dos longos números musicais que beiraram a extinção ou dos previsíveis clichês do gênero, e retoma o combalido 2D e apresenta aquelas açucaradas canções que misturam gorjeios e falsetes (compostas por Alan Menken e Stephen Schwartz, de Pocahontas e O Corcunda de Notre Dame).

Mas nada disso seria possível não fosse a sensacional Amy Adams. A ex-garçonete do Hooters, que despontou no cinema no ótimo Retratos de Família, dá vida a uma das mais cativantes princesas Disney já vistas. Com os olhos brilhantes, ela se move como num sonho, saltita, cantarola e chama os animaizinhos (uma das melhores piadas do filme) para ajudarem-na em tarefas domésticas com a competência de quem faz isso todos os dias. Ela realmente parece saída de um conto de fadas.

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