2011 ficará para sempre marcado como o ano que a Índia ganhou a Copa do Mundo de Críquete, claro. Mas no campo do cinema, o ano foi recheado de filmes que deixaram um marco gigante: enquanto Harry Potter encerrava sua saga cinematográfica, o MCU lançou duas grandes histórias de origem e o Oscar entregou a estatueta para o primeiro filme em preto e branco a levar o prêmio principal desde 1960.
E como tudo isso completa dez anos em 2021, resolvemos comemorar o legado de algumas das produções mais marcantes de 2011, que contam também com blockbusters nacionais e lendários filmes cult. Confira:
Capitão América: Primeiro Vingador
Há dez anos, o MCU nos introduziu a um dos personagens mais queridos da última década em Capitão América: O Primeiro Vingador. O quinto filme da saga da Marvel, dirigido por Joe Johnston, nos apresentou Chris Evans como Steve Rogers, em um papel que não apenas marcaria sua carreira, como a história do cinema de herói. Com uma vibe retrô, o primeiro filme do Capitão América nos deu a origem do herói de quem nos despedimos em 2019.
Contágio
Lançado em 2011, Contágio talvez nunca tenha sido tão relevante quanto nos dias de hoje e, na nossa retrospectiva de 2020, chegou a entrar na lista dos filmes que marcaram o ano. Com uma visão surpreendentemente precisa de uma pandemia, Steven Soderbergh nos deu um filme para pensar e ficar tensos, com performances incríveis de nomes como Jude Law, Kate Winslet, Matt Damon e Marion Cotillard.
Rio
Lembra quando Carlos Saldanha levou o Rio de Janeiro para as telas do mundo inteiro, através da história de uma arara azul? Pois isso aconteceu em 2011, há dez anos, na animação Rio, liderada por Jesse Einseberg no elenco de voz original. Do mesmo estúdio de A Era do Gelo, Rio levou uma indicação ao Oscar de Melhor Canção Original por "Real in Rio", mas perdeu para a canção de Os Muppets.
Thor
Pouco antes de Capitão América: O Primeiro Vingador, mas também em 2011, o MCU nos entregou o primeiro filme do Deus do Trovão, Thor, que foi não foi tão bem recebido como seu sucessor. Criticado por diversos elementos, Thor é mais lembrado pelas performances marcantes de Chris Hemsworth e Tom Hiddleston, que felizmente nos acompanharam também nos últimos dez anos.
A Invenção de Hugo Cabret
Em 2011 Martin Scorsese também lançou o filme mais doce de sua carreira, A Invenção de Hugo Cabret. Apesar de ser conhecido por filmes de gângster e cheios de violência, há dez anos o diretor de Bons Companheiros lançou seu primeiro filme com classificação livre desde A Época da Inocência, de 1993, e fez um dos usos mais históricos da tecnologia 3D. O longa foi indicado a 11 Oscars e levou cinco (fotografia, direção de arte, mixagem de som, edição de som e efeitos visuais).
Planeta dos Macacos: A Origem
Há dez anos a saudosa 20th Century Fox dava um reset na franquia de Planeta dos Macacos com A Origem, longa que nos entregou o início do universo da saga, mas, acima de tudo, nos surpreendeu com uma performance histórica de Andy Serkis como Caesar. O filme foi indicado ao Oscar de melhores efeitos visuais, mas perdeu justamente para A Invenção de Hugo Cabret, citado acima.
Missão Madrinha de Casamento
No mesmo ano, o gênero da comédia passava por uma revolução chamada Missão Madrinha de Casamento, filme de Paul Feig que introduziu uma nova era de comédias protagonizadas por mulheres. Indicado a dois Oscar (de melhor atriz coadjuvante, para Melissa McCarthy, e melhor roteiro), o filme produzido por Judd Apatow superou Ligeiramente Grávidos e se mantém até hoje o longa mais lucrativo de sua carreira.
Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2
2011 marcou o encerramento de uma das sagas mais bem-sucedidas de Hollywood. Como o primeiro filme de As Relíquias da Morte teve foco principalmente na jornada solitária de Harry, Rony e Hermione em busca das Horcruxes, este segundo longa tem mais foco na ação - especialmente na Batalha de Hogwarts - e na descoberta das Relíquias da Morte. Ainda que a escolha de dividir um livro curto seja questionável, é fato que a Warner conseguiu entregar aos fãs de Harry Potter uma despedida à altura, com grandes momentos para diversos personagens e a famosa cena do epílogo, que com certeza levou diversos espectadores às lagrimas.
O Palhaço
2011 também foi um grande ano para o cinema nacional, e um de seus maiores representantes foi O Palhaço, longa escrito, dirigido e estrelado por Selton Mello. Contando a história de um palhaço que tenta mudar de vida e trabalhar em uma empresa, o longa disputou uma vaga no Oscar e varreu troféus nas premiações nacionais.
Missão: Impossível - Protocolo Fantasma
No mesmo ano, a franquia de Missão: Impossível retornou com seu quarto capítulo, Protocolo Fantasma, um dos mais elogiados filmes da saga liderada por Tom Cruise. Surpreendentemente comandado por Brad Bird (Os Incríveis) em sua primeira direção de um live-action, Missão: Impossível - Protocolo Fantasma iniciou a tradição de subtítulos da franquia e entregou uma das maiores cenas de ação de Cruise, em que o protagonista Ethan Hunt escala um dos prédios mais altos do mundo, o Burj Khalifa, em Dubai.
Precisamos falar sobre o Kevin
O ano também deixou o seu legado cult com um de seus lançamentos mais cortantes, Precisamos falar sobre o Kevin. Dirigido por Lynne Ramsay, o drama (ou terror psicológico, talvez) retrata uma mãe tentando viver com os comportamentos estranhos do filho e, eventualmente, com os horrores que ele cometeu. O filme surpreendeu a todos por seu retrato cru e foi amplamente aclamado, principalmente pelas performances de Tilda Swinton e Ezra Miller, este no papel principal.
A Pele que Habito
E por falar em cult, foi há dez anos também que Pedro Almodóvar nos presenteou com A Pele que Habito, protagonizado por Antonio Banderas no papel do perturbado cirurgião plástico Robert Ledgard. O thriller psicológico que, como já é tradicional nos longas do diretor, tem horror e beleza de sobra, levou o troféu de melhor filme estrangeiro no Bafta.
O Artista
Foi em 2011 também que O Artista ganhou os corações dos amantes do cinema, celebrando o legado dos filmes mudos e, claro, a velha Hollywood. Marcando como o primeiro filme em preto e branco a ganhar o Oscar desde Se Meu Apartamento Falasse (1960), o longa de Michel Hazanavicius colecionou prêmios ao redor do mundo, fazendo de Jean Dujardin o primeiro ator francês a ganhar o Oscar de melhor ator. Da Academia, O Artista também levou estatuetas de melhor direção, figurino e trilha sonora.
Bruna Surfistinha
E quem poderia esquecer de Bruna Surfistinha? Em 2011, o Brasil recebeu a adaptação de O Doce Veneno do Escorpião: o Diário de uma Garota de Programa, de Raquel Pacheco, que ganhou o título de Bruna Surfistinha e entregou a Deborah Secco um de seus papéis mais marcantes. Controversa até hoje, a história da vida da estudante de classe média que virou prostituta atraiu o público brasileiro, e ainda existem promessas de sequência.