Protesto do Sindicato dos Atores na SDCC (Nico Garófalo/Omelete)

Créditos da imagem: Nico Garófalo/Omelete

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Negociações entre Sindicato dos Atores e estúdios é suspensa após última reunião

SAG-AFTRA acusa a AMPTP de "táticas de intimidação" e greve continua

Omelete
3 min de leitura
12.10.2023, às 13H59.
Atualizada em 12.10.2023, ÀS 15H56

A greve do Sindicato dos Atores (SAG-AFTRA), que já dura mais de 92 dias, parece estar longe de uma resolução. De acordo com a Variety, as negociações entre o sindicato e os estúdios (representados pela Alliance of Motion Picture and Television Producers, a AMPTP) foram suspensas após a reunião na última quarta-feira (11).

Sobre o encontro, o SAG-AFTRA divulgou um comunicado oficial, em que acusa os estúdios de utilizar "táticas de intimidação" e ainda afirma que eles abandonaram as negociações sem considerar a última oferta apresentada pelo sindicato.

"É com profunda decepção que relatamos que os CEOs da indústria se retiraram da mesa de negociações após se recusarem a contra-argumentar nossa última oferta. Negociamos com eles de boa fé, apesar do fato de que na semana passada eles apresentaram uma oferta que era, surpreendentemente, de valor inferior ao que propuseram antes do início da greve", disseram.

A principal divergência entre eles reside na proposta do sindicato de compartilhar a receita de streaming, estimada em U$800 milhões por ano pela AMPTP. No entanto, o SAG-AFTRA argumenta que essa cifra foi inflada em 60% e que sua proposta representaria um custo de apenas 57 centavos por assinante anualmente para as plataformas.

Além disso, o sindicato quer uma parte da receita de streaming para todos as produções cobertas pelo SAG-AFTRA, tanto feitas para streaming, quanto filmes e programas de TV licenciados de outras plataformas.

"As empresas estão usando a mesma estratégia fracassada que tentaram impor ao WGA — divulgando informações enganosas na tentativa de enganar nossos membros para que abandonem nossa solidariedade e coloquem pressão sobre nossos negociadores. Mas, assim como os roteiristas, nossos membros são mais inteligentes do que isso e não serão enganados", continuaram, no comunicado.

A AMPTP também emitiu uma nota com o seu posicionamento: "Após conversas significativas, está claro que a diferença entre a AMPTP e o SAG-AFTRA é muito grande, e as conversas não estão mais nos levando em uma direção produtiva. Esperamos que o SAG-AFTRA reconsidere e retorne às negociações produtivas em breve."

A paralisação da categoria se aproxima da duração da greve de 1980, que durou 95 dias.

Entendendo a greve

O SAG-AFTRA, sindicato dos atores de Hollywood, oficializou a greve em 13 de julho, após semanas de negociações infrutíferas com os estúdios. Entre as demandas dos intérpretes estão novas regras sobre o pagamento de residuais (o dinheiro que atores recebem pela reprodução de projetos na TV e no streaming) e proteções contra o uso de inteligência artificial na produção de filmes e séries.

Em junho, antes de oficializar a greve, o SAG-AFTRA realizou uma votação sobre o tema com a participação de todos os seus membros. 98% dos atores sindicalizados votaram a favor da greve.

Os atores de Hollywood não entram em greve desde 1980. A paralisação não só barra as filmagens de muitos projetos que contam com intérpretes filiados ao SAG, como também impede a participação desses atores em eventos de imprensa para filmes que já estão completos e a caminho dos cinemas.

O grupo também contava com a pressão adicional por parte dos roteiristas, que deflagraram greve em maio, mas chegaram a um acordo para a revisão dos contratos em outubro. Com o fim da paralisação dos roteiristas, algumas produções já retomaram as atividades.

Os dois sindicatos não entravam em greve juntos desde 1960.

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