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Habana Blues | Crítica

<i>Habana Blues</i>

03.11.2005, às 00H00.
Atualizada em 06.11.2016, ÀS 11H00

Habana Blues
Espanha / Cuba / França, 2005
Drama - 110 min

Direção: Benito Zambrano
Roteiro:
Ernesto Chao e Benito Zambrano

Elenco: Alberto Yoel, Roberto Sanmartín, Yailene Sierra, Zenia Marabal, Marta Calvó, Roger Pera,
Tomás Cao, Julie Ladagnous

Em geral, a mídia sempre taxou as manifestações culturais vindas de Cuba como propagandas do governo de Fidel Castro. O diretor Benito Zambrano desmistifica esse clichê com Habana Blues (2005). Afinal, como a história principal tem como base a música, o filme poderia se passar em qualquer país.

A trama tem como protagonistas Ruy e Tito, dois jovens músicos cubanos que têm um sonho em comum: alcançar a fama e sair de Havana. Os enredos paralelos que envolvem os dois personagens são os motivos reais por situar a trama em Cuba. Ruy tem dois filhos e está separado de sua mulher, mas como eles não têm dinheiro continuam dormindo na mesma casa. Sua ex-companheira já não agüenta mais a falta de oportunidades e resolve fugir para os Estados Unidos. Ela pretende chegar a Miami com os dois filhos usando um barco clandestino.

Ao mesmo tempo, Ruy tem sua grande chance de conseguir um lugar ao sol quando é convidado por uma gravadora espanhola para ir à Europa com a sua banda para gravar um disco. Ele está tendo um caso com a produtora e responsável pelo contrato. Tito mora com sua avó e também está insatisfeito com a sua condição de vida. Ele sonha em trabalhar com sua música.

Numa primeira impressão parece um drama centrado na falta de esperança causado por país que oprime seu povo. Não é. Em momento algum esta situação política é sugerida ou o governo responsabilizado. Tanto Ruy quanto Tito só querem vencer com sua música. Eles não estão em busca de um lugar onde tenham mais liberdade. O diretor espanhol retrata isso com perfeição em várias imagens belíssimas da Ilha. Fica claro que sua intenção é apresentar ao estrangeiro o amor do povo cubano pelo seu país.

Os objetivos de Zambrano ficam ainda mais evidentes quando ele mostra a gravadora interessada em levar os músicos para a Espanha colocando como condição que a banda não possua integrantes consagrados. A intenção da empresa é utilizar os músicos como propaganda contra o governo Castro e isso acaba dividindo Ruy. Ele não sabe se seu sonho vale esse sacrifício, essa traição. Até este momento, o roteiro flui de forma ligeira e competente. Apresentado o conflito, porém, Zambrano cai no lugar comum e os chavões não param mais. As dúvidas na cabeça de Ruy o levam inclusive a brigar com Tito. Mas, para a felicidade geral, Zambrano acorda nos cinco minutos finais e fecha com dignidade seu trabalho.

Vale destacar que toda a trama é embalada por ótimas músicas. Um som menos oficial do que o apresentado no famoso Buena Vista Social Club - que é até motivo de piada no filme. O ritmo é uma fusão da música popular cubana com rock, mistura existente no underground cubano que não é subvencionada ou apoiada. Uma pena, pois se a intenção do governo cubano é realmente mascarar a realidade, ela seria uma ótima forma de propaganda.

Nota do Crítico
Bom
Habana Blues
Habana Blues
Habana Blues
Habana Blues

Ano: 2005

País: Espanha/ Cuba/ França

Classificação: 16 anos

Duração: 115 min

Direção: Benito Zambrano

Elenco: Alberto Yoel, Roberto San Martín

Onde assistir:
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