O produtor Harvey Weinstein ameaçou processar o Studio Ghibli por causa da duração do filme Princesa Mononoke. A ameaça foi revelada por Steve Alpert, ex-chefe da divisão internacional do estúdio, em sua biografia Sharing a House with the Never-Ending Man: 15 Years at Studio Ghibli (via CBR).
Na época, Harvey Weinstein era o chefão da Miramax, produtora que negociou os direitos de distribuição do filme nos EUA. Mesmo com a famosa regra em não aceitar que seus filmes sejam reeditados após a desastrosa experiência com o primeiro lançamento de Nausicaä do Vale do Vento, Weinstein exigiu que o filme tivesse sua duração original de 135 minutos reduzida para 90. Após a recusa de Hayao Miyazaki, o produtor norte-americano teria entrado em estado de cólera. “Se você não cortar a p**** do filme você nunca vai trabalhar nessa p****de indústria de novo! Você tá me entendendo, c******? Nunca”.
Porém, o Studio Ghibli manteve sua posição e se recusou a editar o filme, que chegou aos cinemas em sua duração completa. Segundo o jornal britânico The Guardian, o episódio deu origem à lenda de que a resposta de Miyazaki ao chilique de Weinstein teria sido o envio de uma espada samurai com um bilhete escrito “sem cortes” grudado na lâmina.
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O ex-produtor de Hollywood foi condenado a 23 anos de prisão por estupro e crimes sexuais. A pena é referente ao julgamento na cidade de Nova York, sendo que ela pode aumentar com o processo em andamento em Los Angeles. Em decisão unânime, o júri sentenciou Weinstein como culpado por estupro e atos sexuais criminosos em duas de cinco acusações.