Para as poucas centenas de pessoas que viram a primeira exibição de Imaculada no festival SXSW, é difícil de imaginar que o último sucesso de Sydney Sweeney tenha sido uma comédia romântica. O novo longa da atriz deve colocá-la em outro patamar, já que ela entrega uma atuação potente naquele que deve ser um dos grandes filmes de terror do ano.
A premissa do roteiro poderia até soar corriqueira para o gênero: uma jovem freira é chamada para viver em um convento no interior da Itália, quando situações sombrias começam a mudar a percepção dela do local. Mas o que vem dali para frente foge bastante do lugar-comum.
É até difícil colocar Imaculada em alguma caixinha de subgênero de terror - por isso nem tentarei fazê-lo, com risco de cometer spoiler -, só que a reação do público durante a exibição diz muito sobre o quão surpreendente ele é. Além dos gritos de sustos, muitos barulhos de aflição e até momento de risadas, tudo coroado com uma estrondosa salva de palmas no final.
Nas atuações, Sydney brilha, mostrando potência e maturidade como atriz - e na sessão de perguntas e respostas, também mostrou desenvoltura para explicar seu trabalho como produtora do longa. Outro destaque é Álvaro Morte. O eterno Professor de La Casa de Papel deixa clara sua versatilidade, sem perder originalidade.
Fecho essas primeiras impressões com uma história divertida sobre o filme, contada no evento. Sydney fez teste para o papel dez anos atrás e nunca teve resposta. Passou anos perguntando para seus agentes quem tinha sido escolhida e o que tinha acontecido com o filme. Quando ela descobriu que ele nunca chegou a ser produzido, decidiu ela mesma ligar para o roteirista Andrew Lobel e colocar o filme em pé.
O resultado poderá ser conferido nos cinemas brasileiros a partir de 30 de maio.
*O jornalista viajou ao SXSW a convite do Prime Video e da Diamond Films.