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Crítica

Instinto Secreto - Crítica 2

Kevin Costner e William Hurt, no papel de um mesmo homicida, evitam que filme passe vexame

13.09.2007, às 16H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H28

Assassinos em série têm em comum algumas obsessões, mas eles não precisam ser sempre maníacos sujos, baixinhos, carecas, magrelos e malvados. Vez ou outra eles podem se parecer com Kevin Costner. E melhor: ter William Hurt como alter-ego.

Instinto Secreto (Mr. Brooks, 2007), suspense do diretor bissextíssimo Bruce A. Evans, parte dessa premissa inusual: e se o maníaco homicida fosse não apenas o herói do filme, como também um homem de bem, galã refinado, pai de família e empresário bem sucedido?

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O senhor Brooks do título original, Earl Brooks, personagem de Costner, começa o filme ganhando um prêmio por seu trabalho como industrial numa empresa de embalagens. No caminho de casa, dentro do carro, aparece no retrovisor o lado "malvado" de Brooks, Marshall (Hurt). Depois de quase dois anos sem matar ninguém, esta noite Marshall está especialmente atiçado. Brooks reluta, discute, mas acaba cedendo - quando estão matando, Brooks e Marshall se completam.

O filme de Evans não tenta passar ao espectador a charada de um jogo de identidades e de imagens - fica claro desde o começo que Marshall é apenas materialização de uma parte da psique de Brooks. A questão de Instinto Secreto é outra: se Brooks conseguirá ou não controlar a verve assassina de Marshall. O lado bom do maníaco promete a si mesmo, a cada assassinato, que aquele foi o último.

É psicologia de consultório barato, sim, mas pelo menos o filme economiza nos constrangedores momentos-Gollum, com o personagem discutindo consigo mesmo diante do espelho. Analisando friamente, apesar da premissa bem sacada, Instinto Secreto também não escapa de vários clichês do thriller de maníaco, como a relação detetive-assassino. Falta bagagem a Evans, que antes de Instinto Secreto só tinha assinado o inexpressivo Kuffs - Um Tira Por Acaso, de 1992.

O que salva o filme é o elenco. Escalar Demi Moore como policial é evidentemente um tropeço, mas colocar Hurt e Costner para trabalhar juntos é um achado. Os diálogos que eles trocam em segredo (ninguém mais escuta quando Marshall e Brooks conversam), rindo de vítimas, brincando com as operações dos crimes, são refresco a base de escárnio. Ambos estão, visivelmente, à vontade - naquele ponto sóbrio da carreira em que preferem deixar para os outros o fardo de levar-se a sério.

Nota do Crítico
Regular
Instinto Secreto
Mr. Brooks
Instinto Secreto
Mr. Brooks

Ano: 2007

País: EUA

Classificação: 18 anos

Duração: 120 min

Direção: Bruce A. Evans

Elenco: Kevin Costner, Demi Moore, Dane Cook, William Hurt, Marg Helgenberger, Danielle Panabaker, Ruben Santiago-Hudson, Reiko Aylesworth, Matt Schulze, Yasmine Delawari, Jason Lewis, Lindsay Crouse

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