Into the Forest | Crítica
Experimentando o apocalipse com sensibilidade feminina
O colapso da civilização é um tema cada vez mais presente no cinema e na televisão. Sempre foi popular, mas está escalonando em todos os meios. É como se os criadores estivessem tentando se preparar, ou preparar o público. Se depender da arte, o fim está logo adiante.
No drama Into the Forest não é diferente. Uma simples pane no sistema de energia inicia um processo irreversível, que culmina no apagão completo dos EUA. Primeiro as luzes, depois os suprimentos, a gasolina... E logo o rádio está silencioso.
Evan Rachel Wood e Ellen Page vivem duas irmãs vivendo na isolada cabana de sua família. Distante da cidade e cercado de floresta, o lugar não poderia ser mais protegido. Ciente do perigo que cresce na cidade, o pai (Callum Keith Rennie) decide permanecer ali até que a energia retorne. Mas as coisas não parecem sequer perto de melhorar.
Baseado no romance homônimo de Jean Hegland, o filme de Patricia Rozema traz uma visão bastante distinta do que é o apocalipse. Otimista - ainda que difícil e triste - e com uma sensibilidade feminina poderosa, o drama narra a jornada das duas em busca de sobrevivência em meio a uma situação completamente inimaginável. Solidão, dependência, criatividade e moralidade são discutidos, com Page e Wood dominando cada cena, enquanto o apocalipse mais plausível possível se desfralda ao redor de maneira extremamente intimista.