Novo objeto de culto no cinema sobrenatural asiático, aclamado mundialmente pela crítica desde sua passagem hors-concours pelo Festival de Cannes, o fenômeno de bilheteria sul-coreano Invasão Zumbi (Train to Busan) vai enfim desfilar seus mortos-vivos pelo circuito brasileiro, onde estreia nesta quinta após ter faturado cerca de US$ 80 milhões em seu país. Primeiro longa-metragem live-action do premiado animador
Yeon Sang-ho, esta produção estimada em US$ 8,2 milhões acompanha a luta de um grupo de passageiros de uma linha ferroviária a escapar dos cadáveres ambulantes (e famintos) em seus vagões. O projeto é um filme gêmeo do desenho animado mais recente do cineasta: Seoul Station.
"Estes dois filmes se complementam como um espelho social das angústias do dia a dia de uma metrópole: o apelo universal dele está aí e não na presença dos zumbis. Os zumbis alimentam mais a minha curiosidade de entender se pessoas sadias podem resistir a um ataque morto-vivo de 24 horas seguidas”, explicou o cineasta ao Omelete em Cannes, em uma coletiva improvisada logo horas após a projeção de seu longa em uma Midnignt Screening, seção talhada para o terror. “Não existe tradição de filme de zumbis no cinema da Coreia do Sul. Por isso, eu precisei delinear bem ambos os longas, o desenho e o live-action, como filmes de ação que retratassem paranóias cotidianas”.
Respeitado mundialmente (com prêmios e elogios da crítica) como um dos maiores diretores de animação da atualidade, Sang-ho tem um passado de glórias animadas, vide The King of Pigs (2011) e The Fake (2013), que angariaram uma legião de fãs por seu retrato cru (e cruel) dos ritos de adolescer. Há um tema central em sua obra, a lealdade, seja entre amigos, colegas de escola, amantes ou parentes, como mostra Invasão Zumbi ao acompanhar os esforços de um empresário (o galã Gong Yoo) para proteger a filha e a peleja de um looser profissional (vivido por Ma Dong-Seok, um dos maiores atores do país) para defender sua mulher grávida.
“Esta história de sobrevivência me permite retratar o cotidiano a partir da fantasia e explorar essa criatura de putrefação contínua que é o zumbi: corpos em decomposição cuja musculatura continua ativa”, explicou o cineasta. “A maior dificuldade do filme foi trabalhar com a limitação especial de um trem, concentrando-me nos vagões, sem ligar para o mundo em seu exterior. Sou fã de filmes como Madrugada dos Mortos que contam como mais efeitos especiais para representar o Mal. Eu usei o movimento, seja o movimento da câmera, seja o dos atores”.
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