Negociações escusas e lobbys em favor deste ou daquele nome são comuns na indústria do entretenimento. Mas como a iniciativa da vez foi um tanto destrambelhada e partiu de um francês, os rivais ingleses logo transformaram em polêmica. Jacques Chirac está enfrentando um revés político depois que o diretor de O Código Da Vinci, Ron Howard, revelou em entrevista que o presidente da França tentou favorecer atores do país e amigos seus na milionária produção.
Segundo o jornal britânico The Times, Chirac queria que a estrela Sophie Marceau (007 - O mundo não é o bastante) ficasse com o papel da criptologista Sophie Neveu, que acabou nas mãos da compatriota Audrey Tautou (O fabuloso destino de Amélie Poulain). O fato de Sophie Marceau ser amiga da filha de Chirac, Claude, e de ter apoiado a campanha presidencial do político em 2002, só inflamou o caso. Para piorar, Howard revelou que o presidente o procurou para tentar aumentar o cachê do ator Jean Reno (Rios vermelhos), que interpreta o detetive Bezu Fache. Em troca, Chirac facilitaria as filmagens no Museu do Louvre. Isso foi hilário. Por sorte, o acordo com o museu já estava fechado, riu Howard.
Um porta-voz do presidente negou as afirmações, mas admitiu que uma reunião entre Chirac, Howard e o produtor do filme, Brian Grazer, realmente aconteceu. Se serve como forma de atestado, em janeiro de 2005 a produção realmente passava por rumores de que o Louvre não estaria disponível para as filmagens - e Sophie Marceau era dada como certa no elenco por sites franceses.
A estréia do filme que adapta o best-seller de Dan Brown acontecerá mundialmente em 19 de maio de 2006.