Durante a divulgação de Ad Astra, o diretor James Gray conversou com o Omelete sobre um dos seus próximos projetos, Armageddon Time. O drama de época tem sido noticiado porque contará com a família Trump como personagens, na Nova York dos anos 1980, e Gray promete encará-la como uma dinâmica de "amor e ódio".
"Uma das belezas de contar uma história que seja mítica, simples, reduzida às relações humanas mais elementares, é que dá para examinar essas relações de dois lados. São as duas faces da moeda. Você tem a maravilha que é o afeto e o potencial do amor nessa unidade familiar, mas você também tem o potencial de ser destruído e de machucar o outro para ferir", diz Gray.
O filme contém elementos da própria vida do diretor, criado entre o Brooklyn e o Queens na comunidade judaica de imigrantes do Leste Europeu. Paralelamente, Donald Trump, que ganhou fama como magnata de empreendimentos imobiliários da cidade antes de entrar para a política, aparecerá ao lado de seu pai, Fred Trump, que também se especializou no ramo e foi o tutor de Donald no mundo dos imóveis.
"Se o bom drama é uma série de contrastes e conflitos, então isso está aí disponível para você estudar, examinar. E de alguma forma isso é uma coisa muito bonita e libertadora. Por isso decidi abordar esse assunto desde o começo, porque há ali uma capacidade tanto para o amor quanto para o ódio", completa o diretor. A trama deve repassar os anos de Gray como estudante da escola Kew-Forest no Queens, onde Fred Trump figurava como membro do conselho e onde Donald Trump estudou. O diretor do colégio deve ser um dos protagonistas do filme.
Armageddon Time terá produção da brasileira RT Features, que já trabalhou com Gray em Ad Astra; a ideia da nova parceria surgiu durante as filmagens da ficção científica espacial. As filmagens acontecem em Nova York em 2020, e antes disso James Gray deve rodar outro longa, o suspense de terrorismo I am Pilgrim.