A atriz Karla Sofía Gascón, estrela de Emilia Pérez, indicada ao Oscar de Melhor Atriz em 2025, voltou a falar sobre os ataques que recebeu, agora para promover também seu livro Lo que queda de mi (O que sobrou de mim, em tradução livre).
Falando a jornalistas em um evento em Madri, na Espanha, Gascón lembrou os ataques que sofreu após tweets antigos viralizarem com opiniões controversas, além de posts de teor racista, entre outros.
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"Ninguém tem que me perdoar por nada. Se alguém se sente ofendido por coisas que eu possa ter feito na minha vida, que venha e me diga", destacou a atriz. Em suas declarações ela alega ainda que pode ter sofrido uma campanha de difamação, por terem resgatado posts seus de 2016, considerados muito antigos. Apesar disso, alguns dos posts, vale lembrar, eram de três anos atrás ou até menos.
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“Está claro que houve uma campanha contra mim e que eles continuaram até conseguirem o que queriam”, disse ela, destacando tambpem que foi vítima de preconceito, julgamento precipitado e hipocrisia. "Disseram que sou de extrema-direita ou racista ou qualquer coisa do tipo. Em toda a minha vida eu fui contra tudo isso. Quando era jovem, costumava brigar coom skinheads", declarou, referindo-se a gangues extremistas que são comuns em alguns territórios europeus.
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De acordo com o site El Mundo, Karla Sofía Gascón também teria se comparado com Mahatma Gandhi, líder espiritual e ativista indiano. "Fui menos racista que Gandhi", disse. Há relatos publicados online que apontam que Gandhi tinha comportamentos racistas por um certo período de tempo, na época em que viveu na África do Sul.
A atriz diz ainda que tem enorme respeito por povos muçulmanos e que apenas condenou atos extremistas quando feitos em nome de religiões, em seus tweets. Questionada se se arrependia de algo e se faria a mesma coisa novamente, Gascón disse: “A vida sempre nos coloca em lugares difíceis para que possamos aprender. E você sempre aprende com os erros”.
Emilia Pérez teve uma passagem pelos cinemas brasileiros e chega ao Telecine no dia 15 de maio. O filme é um musical sobre um líder de cartel mexicano trans que, após passar pela cirurgia, decide buscar redenção por seus atos criminosos. A direção é de Jacques Audiard.