Morre Léa Garcia, atriz de Orfeu Negro, aos 90 anos

A atriz Léa Garcia, mais conhecida por seu papel no filme Orfeu Negro (1959) - pelo qual foi indicada ao prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes -, morreu aos 90 anos de idade. A notícia foi confirmada pela família no Instagram da atriz, sem especificar a causa da morte.

Garcia estava na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul, para receber o prêmio Oscarito, do Festival de Cinema de Gramado, pelo conjunto da obra. O evento começou na última sexta-feira (11) e vai até o sábado (19).

Léa Garcia nasceu no Rio de Janeiro, e estreou nos palcos aos 19 anos, na peça Rapsódia Negra (1952), do então marido Abdias Nascimento. Ainda nesse período inicial da carreira, interpretou Mira em Orfeu da Conceição (1956), de Vinícius de Moraes, o que a levou a ser considerada para a versão cinematográfica dirigida pelo francês Marcel Camus.

O sucesso na tela grande gerou convites para a televisão, de longe a mídia mais popular no cenário brasileiro. Na Globo, ficou marcada como a sonhadora Dalva em Assim na Terra Como no Céu (1970); a secretária Elza em Selva de Pedra (1972); e a vilanesca Rosa em Escrava Isaura (1976), que se tornou seu papel mais famoso.

Outros projetos na TV foram A Viagem (1994), Xica da Silva (1996), Anjo Mau (1997), O Clone (2001), Sol Nascente (2017), Mister Brau (2017), Sob Pressão (2018), Carcereiros (2019) e Arcanjo Renegado (2020).

O trabalho na telinha não a afastou do cinema, no entanto, onde participou de títulos como Ganga Zumba (1963), Quilombo (1984), Viva Sapato! (2002), As Filhas do Vento (2005), O Maior Amor do Mundo (2006), Billi Pig (2012), Trinta (2014), M8 - Quando a Morte Socorre a Vida (2020) e Pacificado (2022).

Durante a carreira, Garcia venceu três prêmios do Festival de Gramado, por As Filhas do Vento (2005), Hoje Tem Ragu (2008) e Acalanto (2013). Ela deixa três filhos, incluindo Marcelo Garcia.