Com a estreia de A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell, a adaptação hollywoodiana do cultuado mangá de Masamune Shirow, relembramos outras vezes que a cultura pop japonesa ganhou versões ocidentais:
Dragonball
Um dos animes/mangás mais populares do mundo chegou em Hollywood em 2009 como Dragonball Evolution. Com direção de James Wong (Premonição), a adaptação ficou entre “ser fiel de um jeito diferente” e incansáveis tentativas de péssimos fan services. O resultado é uma mistura vergonhosa de Karate Kid com alguma vaga lembrança do mangá/anime de Akira Toriyama. Ben Ramsey, roteirista do filme, chegou a escrever uma carta em desculpa aos fãs - leia.
Alita: Battle Angel
Com estreia marcada para julho de 2018, a versão live-action do mangá de Yukito Kishiro terá James Cameron na produção e Robert Rodriguez como diretor. A história é ambientada em um lugar esteticamente similar ao de Mad Max, mostrando Alita (Rosa Salazar) se tornando uma caçadora de recompensas, treinada pelo pai adotivo (Christoph Waltz). Mahershala Ali será o vilão Vector. O elenco conta ainda com Jennifer Connelly, Ed Skrein, Keean Johnson, Leonard Wu e Michelle Rodriguez.
Death Note
A história de um garoto que encontra um caderno capaz de matar pessoas ganhará, ainda em 2017, a sua versão ocidental pela Netflix. O mangá/anime de Tsugumi Ohba já ganhou uma live-action no Japão em 2006, sendo fiel e muito elogiada pelos fãs do original. A versão americana, que estreia em 25 de agosto, conta com a direção de Adam Wingard (Bruxa de Blair) e terá Nat Wolff (Cidades de Papel) como o protagonista do longa - assista ao trailer.
Akira
A Warner tem os direitos de adaptação ao cinema do anime/mangá de Katsuhiro Otomo desde 2002, mas nunca conseguiu tirar o projeto do papel. Garrett Hedlund, Ken Watanabe e Kristen Stewart já estiveram ligados ao projeto, que mostraria uma Neo-Manhattan ao invés de Tóquio. Pela direção, já passaram George Miller, Christopher Nolan, Gary Whitta, Justin Lin e Jaume Collet-Serra. Atualmente o estúdio estaria conversando com Daniel Espinosa e David F. Sandberg - leia mais.
Power Rangers
Inspirado na série japonesa Super Sentai - usando as cenas de luta e os mostros do original - Power Rangers conquistou uma legião de fãs na TV e nos cinemas (veja todas as versões aqui). Power Rangers: O Filme chegou aos cinemas em 1995 e conquistou uma modesta bilheteria mundial de US$ 66 milhões. Já Turbo - Power Rangers 2, lançado em 1997, fez apenas US$ 9 milhões. O renascimento da franquia é esperado com Power Rangers, que acumula US$ 61 milhões desde a estreia em 23 de março - leia a crítica.
The King of Fighters
Com Maggie Q e David Leitch no elenco, o game de luta King of Fighters ganhou sua versão hollywoodiana em 2009, King of Fighters - A Batalha Final, trazendo mais uma vez o misto entre uma história clichê e fan services dispensáveis.
Tekken
Produzido pela Namco, o jogo de 1994 sobre o torneio do Punho de Ferro ganhou um filme live action em 2009, uma coprodução entre EUA e Japão. Apesar do visual fiel ao do game, Tekken acabou sendo apenas um filme genérico de ação na tentativa de estabelecer um herói "do povo" contra um governo ditador. Um prelúdio, Tekken 2: Kazuya's Revenge, foi lançado direto em DVD em 2014.
O Grito/ Ju-On
Uma das maldições mais famosas do início dos anos 2000, O Grito chegou à Hollywood em 2004, com direção de Takashi Shimizu, que também comandou o original. Apesar de não superar a primeira versão, a refilmagem de O Grito é fiel às suas origens e consegue trazer a atmosfera do longa japonês para a versão hollywoodiana.
O Chamado/ Ringu
Hideo Nakata trouxe um ótimo thriller de investigação em Ringu (1998), misturando suspense e a quantidade certa de terror em uma história bem desenvolvida. Gore Verbinski tentou repetir a dose na versão americana do filme, O Chamado (2002). A versão hollywoodiana, porém, deturpa os principais conceitos do original e com 30 min a mais de duração não chega a ser tão eficiente como o japonês em sua proposta. A franquia americana ganhou uma continuação em 2005 e um novo filme em 2017.
Godzilla
Nascido em 1954, o Rei dos Monstros ganhou a sua primeira “americanização” em 1956, quando o filme original foi modificado, incluindo cenas com o ator Raymond Burr. O mesmo processo foi repetido com King Kong vs. Godzilla (1963) e Godzilla 1985. A Guerra dos Monstros (1965) foi a primeira coprodução Japão/EUA e Godzilla (1998) foi a primeira versão totalmente hollywoodiana da franquia. O monstro retornou aos EUA em Godzilla (2014), como parte da nova franquia de monstros da Legendary, e voltará em 2019 com Godzilla: King of Monsters em 2020 com Godzilla vs. Kong.
Super Mario Bros.
Criados por Shigeru Miyamoto, os irmãos Mario e Luigi ganharam uma das adaptações mais bizarras dos games para o cinema em 1993. Com a dupla interpretada por Bob Hoskins e John Leguizamo, o filme de Annabel Jankel e Rocky Morton tentou ser fiel à história e ao visual dos personagens. Tentou. Mesmo assim, o filme chegou até a ganhar uma continuação em quadrinhos - veja.
Street Fighter
Entre as franquias de jogos mais adoradas dos videogames, Street Fighter não escapou de uma adaptação em Hollywood. Mas o que funciona no jogo não deu certo no cinema. Com Ming-Na Wen como Chun-Li, Jean-Claude Van Damme como Guile, Kylie Minogue como Cammy e Raul Julia no papel de Bison, o filme de 1994 tentou se manter fiel ao visual dos personagens, mas sem criar um ambiente onde a “cafonice” fosse funcional. Em 2009, Kristin Kreuk estrelou o segundo filme da franquia: Street Fighter: A Lenda de Chun-Li.
Sete Homens e Um Destino
Lançado em 2016, Sete Homens e Um Destino é o remake do filme de 1960, que por sua vez adaptava o clássico Os Sete Samurais, de Akira Kurosawa. Fracasso de bilheteria nos EUA, a versão western foi um sucesso na Europa e teria agradado tanto Kurosawa que o cineasta japonês presenteou o diretor John Sturges com uma espada.
