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Malditas aranhas! | Crítica

Malditas aranhas!

16.08.2002, às 00H00.
Atualizada em 30.11.2016, ÀS 05H05

Os produtores Dean Devlin e Roland Emmerich, responsáveis por filmes como Independence day (1996) e Godzilla (1998), ambos dirigidos por Emmerich, sabem que apostar fortunas em roteiros pretensiosos de ficção-científica não é o investimento mais seguro do showbusiness. Descobriram isso depois que Godzilla, 125 milhões de dólares de orçamento, fracassou nas bilheterias.

Então, Devlin e Emmerich decidiram manter a temática, mas mudar de atitude. E agora, investem 30 milhões no despojado Malditas aranhas! (Eight legged freaks, 2002), do estreante Ellory Elkayem, e associam o filme ao gênero dos filmes B. Nada mais lógico. Aquelas películas velhuscas e deliciosas, que fizeram os anos 50 mais felizes, deixaram de herança uma regra básica: não basta apresentar insetos de formas agigantadas e reunir diversos clichês de humor e de suspense, é preciso ser e parecer desleixado. Quanto mais tosco, melhor.

Apesar de ser o primeiro longa de Elkayem, um neozelandês que odeia os tais aracnídeos, sua escolha para a direção foi providencial. A idéia do filme surgiu depois que Devlin e Emmerich assistiram a Larger than life (1997), o primeiro curta de Elkayem, em P&B, sobre uma aranhazinha que cresce quando exposta a substâncias tóxicas. A homenagem aos filmes B convenceu os produtores - que adaptaram a história, agora com milhares dos animais, exóticos e famintos.

Existem diferenças suaves em relação a películas como Aracnofobia (Arachnophobia, de Frank Marshall, 1990), por exemplo. Aqui, mais do que os sustos, o que vale é a diversão. Tudo acontece numa cidadezinha desértica do Arizona. Detritos químicos são despejados num lago, próximo a uma fazenda de criação das mais diversas aranhas, desde saltadoras e fiandeiras a tarântulas venenosas. Logo, as criaturinhas inofensivas transformam-se em monstros colossais de oito patas. David Arquette, um ator que sabe dosar sustos com comicidade como ninguém, talvez pela sua cara-de-bobo singular, interpreta Chris McCormick, um engenheiro de mineração que retorna à cidade depois de dez anos - e que acaba eleito o salvador da pátria.

Com interpretações caricaturais, erros de continuidade, gosma e muita correria, Malditas aranhas! honra o gênero. Mas parece faltar algumas coisas. Depois de algum tempo, a piada se esgota, perde impacto e o final fica arrastado. Em outras palavras, não há ritmo, aquele suspense que fez de Ataque dos vermes malditos (Tremors, de Ron Underwood, 1990) um dos melhores exemplos contemporâneos de filme B, por exemplo.

E falta também um pouco mais de, digamos, desprendimento. Vendido empacotadinho pelos seus produtores, com ótimos efeitos digitais, Malditas aranhas! não possui os pequenos garranchos, as boas falhas que fazem um filme ganhar o status de cult. Pode ser inteligente resgatar o gênero, pré-classificar a produção como filme B, mas não é fácil criar um trash legítimo.

Malditas aranhas
(Eight legged freaks) EUA, 2002

Direção: Ellory Elkayem
Roteiro: Ellory Elkayem, Randy Kornfield e Jesse Alexander
Elenco: David Arquette, Kari Wuhrer, Scott Terra, Scarlett Johansson, Doug E. Doug, Rick Overton

Imagens © Warner Bros.

Nota do Crítico
Bom
Malditas Aranhas
Eight Legged Freaks
Malditas Aranhas
Eight Legged Freaks

Ano: 2002

País: EUA

Classificação: 12 anos

Duração: 99 min

Direção: Ellory Elkayem

Roteiro: Ellory Elkayem

Elenco: David Arquette, Scott Terra, Scarlett Johansson

Onde assistir:
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