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Em 1993, Steven Spielberg preparava-se para lançar Jurassic Park, uma aventura sobre dinossauros trazidos de volta à vida depois de milênios de extinção. Enquanto o genial diretor preocupava-se com a verossimilhança dos seus lagartos gigantes, outro cineasta - não menos brilhante, mas bem mais oportunista -, preparava a todo o vapor Carnossauro (Carnosaur, de Adam Simon), para pegar a nova onda iniciada por Spielberg.
Claro que a versão produzida por Roger Corman não tem a mesma preocupação com a qualidade que a do pai do E.T.. A idéia ali era simplesmente usufruir da recém-descoberta notoriedade do gênero. Ele não ficou conhecido como o "Rei do Trash" por acaso.
A história acima ilustra bem o oportunismo das produções B ou feitas para a TV, que pegam embalo em grandes filmes e tentam ganhar algum dinheiro enquanto o original não sai em vídeo. Quem aí não se lembra da verdadeira leva de "Titanics" que inundou as prateleiras das locadoras na época do lançamento do filme de James Cameron? Ou a quantidade absurda de "Velocidades Máximas" em meados da década de 90? Outro bom exemplo recente é o descarado Avisos (Silent warnings, de Christian McIntire, 2003), que copia até a arte do pôster de Sinais, de M.Night Shyamalan.
A prática é bastante comum e costuma até pegar alguns desavisados nas locadoras, mas não chega a incomodar. Afinal, tais produções geram boas risadas, de tão descaradamente chupadas. O problema é quando um filme desses tenta se levar a sério e entra em cartaz (!), tirando espaço de outras produções, merecedoras de atenção. É muita cara de pau!
É exatamente esse o caso de Medopontocombr (FeardotCom, de William Malone, 2002). Quer a prova? Sente só a sinopse:
Uma série de misteriosos assassinatos começa a acontecer em Nova York. Uma dupla de investigadores - ele um jovem detetive de polícia (Stephen Dorff, imitando Brad Pitt em Se7en) e ela uma médica pesquisadora (Natascha McElhone - linda, não consigo falar mal dela) - começa a investigar o caso. Não tarda para que os dois descubram que todas as vítimas morreram 24 horas depois de acessar um site chamado medopontocom. Pior... todos os internautas, que assistiram a um vídeo bizarro na tela do micro, são levados à morte por uma assustadora garotinha vestida de branco. Precisa falar mais alguma coisa?
Claro que a produção tenta disfarçar, mudando umas coisas aqui e ali, mas a idéia original é claramente uma cópia do japonês Ringu (de Hideo Nakata, 1998). Pra piorar, a produçãoi foi lançada nos Estados Unidos algumas semanas antes da refilmagem norte-americana, O chamado (The ring, de Gore Verbinski, 2002), essa sim, produção devidamente legalizada, já que pagou direitos para a produtora japonesa.
Eu não desperdiçaria meu dinheiro nisso. Mas se você quiser MESMO assisti-lo, espere sair nas locadoras. Estará na prateleira, ao lado do "Sociedade da luta".
Ano: 2002
País: EUA
Classificação: 14 anos
Duração: 98 min
