As 10 melhores atuações de Nicole Kidman

10. Batman Eternamente (1995)

Onde ver: Disponível para streaming na Max.

Os filmes do Batman dirigidos por Joel Schumacher nos anos 1990 quase sempre são massacrados, mas a verdade precisa ser dita: Batman Eternamente é - segundo a visão do diretor para esse mundo - um filme bem interessante. Além de seus vilões coloridos e caricatos, e ainda assim perigosos, a produção traz um ótimo Bruce Wayne interpretado por Val Kilmer, cheio de traumas. E somos jogados na parte psicológica do personagem justamente através da psiquiatra Chase Meridian, de Nicole Kidman. Cheia de desejos pelo Batman, a personagem de Kidman rouba a cena e ainda entrega ótimos momentos com o clássico Alfred de Michael Gough. - Alexandre Almeida

9. O Escândalo (2019)

Onde ver: Disponível para aluguel e compra no Prime Video e Apple TV+.

Curioso que um dos melhores filmes de sua carreira tenha deixado Nicole Kidman de fora das grandes premiações. O Escândalo conta a história real de um grupo de jornalistas da Fox News que se uniu para denunciar os abusos e comportamento tóxico de Roger Ailes, ex-presidente da emissora e um dos maiores empresários de comunicação dos EUA. Na trama, Kidman interpretou Gretchen Carlson, ex-âncora do canal que deu início ao movimento contra o empresário após ser afastada de suas funções por negar suas investidas. Charlize Theron e Margot Robbie, suas companheiras de elenco, foram indicadas aos principais prêmios da indústria, como Oscar, BAFTA e Critics Choice, mas Kidman, principal força motora do longa, acabou ignorada. - André Zuliani

8. Babygirl (2024)

Onde ver: Em cartaz nos cinemas brasileiros.

Durante o Festival de Toronto, a diretora Halina Reijn falou sobre sua admiração por Paul Verhoeven e como gostaria de contar uma história nos mesmos moldes dele, mas com um olhar de uma mulher sobre a personagem feminina. Com Babygirl, Reijn mostra que todos os elogios que recebeu com Morte Morte Morte, não foram por acaso. A história de uma executiva, que se vê envolvida em uma trama de submissão com um trainee, é ágil, moderna e nunca peca em jogar um juízo de valor nas atitudes de sua protagonista. Nicole Kidman brilha ao retratar a repressão de desejos e as dúvidas sobre o "recatado", a luxúria ou o que é apenas uma necessidade do corpo. A cena de Romy (Kidman) em busca de Samuel (Harris Dickinson) em uma rave já vale o ingresso. - Alexandre Almeida

7. As Horas (2002)

Onde ver: Disponível para aluguel e compra no Prime Video e Apple TV+.

O drama de Stephen Daldry, baseado no livro homônimo de Michael Cunningham, conta a história de três mulheres - em diferentes gerações - que são afetadas por Mrs. Dollaway, o clássico de Virgina Woolf. Meryl Streep é uma editora na Nova Iorque de 2001, que está preparando uma festa para um amigo (Ed Harris) que tem AIDS. Julianne Moore, vive uma dona de casa dos anos 1950 em um casamento infeliz. E coube a Nicole Kidman interpretar a própria autora, ao escrever o livro em 1923, sofrendo de depressão e pensamentos suicidas. O filme teve nove indicações ao Oscar e Kidman venceu o prêmio de Melhor Atriz, consagrando de vez a sua carreira. - Alexandre Almeida

6. Dogville (2003)

Onde ver: Disponível para streaming na MUBI.

Lars von Trier talvez seja um dos cineastas mais controversos dos últimos 40 anos da indústria cinematográfica. Um dos idealizadores do movimento chamado Dogma 95, que surgiu como resposta ao cinema comercial hollywoodiano e priorizava histórias provocativas e, claro, polêmicas, Trier viu em Nicole Kidman a pessoa certa para estrelar um dos filmes mais emblemáticos: Dogville. Mesmo que divida opiniões, Dogville foi um marco cultural dos anos 2000 ao dar início à trilogia - que nunca foi finalizada - chamada USA - Land of Opportunities, que tinha como objetivo desconstruir a imagem dos Estados Unidos como a “terra do futuro”. Apesar de ter feito um trabalho irretocável como a idealista e bondosa Grace, Kidman teve sérios problemas nos bastidores com o diretor e não aceitou participar dos projetos seguintes, acusando-o de ter comportamento abusivo no set de Dogville. - André Zuliani

5. As Aventuras de Paddington

Onde ver: Disponível para aluguel e compra no Prime Video e Apple TV+.

Dentro da filmografia de Kidman, As Aventuras de Paddington se destaca mais pelo apelo afetivo e cultural que a obra ganhou mundo afora do que por sua colaboração. Paddington já era um ícone da juventude do Reino Unido, mas seu longa live-action transformou o personagem em ídolo mundial, dando início a uma franquia que chegará ao seu terceiro capítulo nos cinemas em janeiro de 2025 no Brasil. Kidman não é um dos destaques de As Aventuras de Paddington, apesar da força de seu nome - mas o filme é, definitivamente, uma adição irretocável dentro desta lista. - André Zuliani

4. Moulin Rouge!: Amor em Vermelho (2001)

Onde ver: Disponível para streaming no Disney+.

As duas colaborações de Kidman com o cineasta Baz Luhrmann, seu compatriota australiano, só demonstram que outros diretores não souberam como minar o potencial cômico da atriz. Em Moulin Rouge! (e também no subestimado Austrália), ela maneja os exageros de tom de Luhrmann com teatralidade inspirada, evocando as estrelas da velha Hollywood que o cineasta claramente admira com uma piscadela esperta para o público, que nunca perde de vista a noção de como aquelas emoções comicamente exageradas são também uma performance para a própria personagem. Essa consciência abre espaço para construir pathos em cima das personagens mesmo quando elas enveredam por certa caricatura, e ainda bem - especialmente no caso de Moulin Rouge!, o sucesso do filme como narrativa depende muito do envolvimento do espectador com o destino de sua Satine. Graças a Kidman, é impossível não torcer por ela. - Caio Coletti

3. De Olhos Bem Fechados (1999)

Onde ver: Disponível para streaming na Max.

É impossível separar os acontecimentos de De Olhos Bem Fechados do casamento de Tom Cruise e Nicole Kidman, que acabou pouco tempo depois do longo período de filmagens e da estreia do último filme de Stanley Kubrick. Este é, afinal, um filme sobre um casal que esconde raiva, diferenças, frustrações e inseguranças logo abaixo de uma superfície aparentemente imaculada. A insegurança, no caso, vem mais pelo personagem de Cruise, mas é incitada pela fantasia de Kidman com outro homem. A acidez da atriz em comunicar seus pensamentos mais obscuros, seus desejos mais proibidos e suas qualidades mais intensas é, sem exageros, essencial para o funcionamento do filme. A forma como ela desmonta o marido é visceral ao ponto que se, um dia, fosse descoberto que a cena teve algum efeito no divórcio dos dois, a surpresa não seria tão grande. - Guilherme Jacobs

2. Os Outros (2001)

Onde ver: Disponível para streaming no Prime Video.

Muito lembrado pela reviravolta em seu final, Os Outros mostra também que Nicole Kidman é uma das grandes intérpretes da repressão que já tivemos na tela grande. Se nos últimos anos ela encontrou formas mais bem humoradas de brincar com sua imagem de “rainha do gelo”, em Os Outros ela usa essa percepção frívola do público para revelar, nas rachaduras de uma pose impecável, as verdades doídas que sua personagem está escondendo de si mesma. Se o longa de Alejandro Amenábar estabelece uma tensão convincente em sua ambientação de época claustrofóbica, em grande parte é porque Kidman está lá para nos fazer sentir esse enclausuramento, escondendo por trás dos olhos as dicas das consequências desastrosas de entender, finalmente, o que está por trás dessa claustrofobia. - Caio Coletti

1. Big Little Lies (2017-)

Onde ver: Disponível para streaming na Max.

Emblemático que a redação do Omelete tenha escolhido Big Little Lies como a melhor atuação de Nicole Kidman - afinal, foi a série de 2017 da HBO que deu um novo gás à carreira da australiana, após um longo período com poucos sucessos genuínos na filmografia. Simbólico também porque a série representa uma guinada de Kidman para a TV, onde bons papéis para atrizes “de certa idade” são mais frequentes. Como Celeste, a esposa abusada de Perry (Alexander Skarsgard), a intérprete constrói um retrato angustiante de identidade e autonomia destruídas, carregando o peso dos segredos e do profundo constrangimento que acompanha o abuso em cacoetes físicos que vão se liberando de forma nervosa durante a primeira temporada. É uma tour de force, um lembrete poderoso do poder de uma das grandes atrizes de sua geração, quando damos o espaço para que ela faça o que faz de melhor. - Caio Coletti