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Sicario pode levar Benicio Del Toro ao Oscar - leia nossas primeiras impressões

Ator fala à imprensa em Cannes sobre o novo filme de Denis Villeneuve

19.05.2015, às 12H55.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Depois de aparecer sob uma pesada maquiagem em Guardiões da Galáxia (2014), no papel do Colecionador, o portorriquenho Benicio Del Toro deixou claro para Hollywood seu interesse em fazer filmes-pipoca desde que não precise abrir mão de produções mais autorais como Sicario. No papel de um misterioso agente latino-americano a serviço da CIA, o ator de 48 anos colocou o 68° Festival de Cannes no bolso, na projeção da manhã desta terça. Ele faz de seu personagem, Alejandro, uma espécie de vigilante movido a vinganças pessoais em meio à guerra das agências de inteligência dos EUA contra os cartéis do tráfico no México.

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Com direção do canadense Denis Villeneuve - indicado ao Oscar por Incêndios (2010) e adotado pela indústria depois de Os Suspeitos (2013) -, a produção de US$ 32 milhões estreia em solo americano em setembro, e já sai de Cannes com uma expectativa de buscar estatuetas na festa do Oscar 2016. Sicario já tem data para chegar ao Brasil: 24 de setembro.

"Eu tenho uma crença de que a justiça pode prevalecer quando é respaldada pela lei e pelo desejo de ordem social. Mas, em locais como a fronteira do México, onde a corrupção impera, nem sempre é isso o que acontece. Sicario mergulha nessa realidade em busca de verdades", diz Del Toro em Cannes, ao fim da projeção para a imprensa, de onde saiu coberto de elogios.

Era difícil para o ator fugir das comparações entre seu trabalho em Sicario e seu papel em Traffic (2000), pelo qual ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante há 14 anos. Os dois filmes falam do mesmo tema (drogas), no mesmo país (o México) e com Del Toro numa figura de autoridade, no limite da lei. "Estou sempre voltando a esse tema. Meu primeiro trabalho, [a série de TV] Miami Vice, tratava dessa questão e um dos primeiros filmes que fiz também [007 – Permissão para Matar]. Ela é uma questão permanente, inerente ao real, e, pela sua gravidade, precisa ser exposta muitas vezes", diz o ator, que constrói Alejandro com um perfil bem distinto do policial Javier Rodriguez, de Traffic.

Em Sicario, Alejandro é sujeito de poucas palavras, mas de gatilho infalível escalado pelo agente da CIA Matt (Josh Brolin) para participar de um grupo de contra-ataque ao tráfico mexicano. A este grupo se junta uma oficial do FBI Kate Macy (Emily Blunt) que, de tiro em tiro, vai aprendendo que, na guerra das drogas, corrupção se escreve com "C" de CIA. Em meio a sequências de ação que impactaram o público aqui no festival, De Toro se firma como um dos candidatos de peso ao prêmio de interpretação masculina em Cannes.

Pela recepção dos criticos e pela reação de entusiasmo do jurado Guillermo Del Toro (que sempre assiste aos filmes pela manhã com a imprensa, mas em um biombo reservado), Sicario pode ter chances de sair aqui com troféus, inclusive o de melhor atriz para Blunt.

Até agora, o favoritismo pela Palma de Ouro segue entre dois longas: Saul fia, da Hungria, com direção do estreante László Nemes, e Mia Madre, da Itália, dirigido por Nanni Moretti, já vencedor da Palma de Ouro por O Quarto do Filho (2001). Corre por fora o americano Carol, de Todd Haynes, que deve render algum prêmio para suas protagonistas Cate Blanchett e Rooney Mara. Na categoria de roteiro, Louder than Bombs, de Joachim Trier, aparece como um competidor de peso. Os resultados serão conhecidos no domingo.

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