Baseado na premiada graphic novel homônima de Marcello Quintanilha, Tungstênio, o novo filme de Heitor Dhalia, está no forno neste momento, com previsão de exibição só no segundo semestre. Mas a produção comandada pelo realizador de O Cheiro do Ralo (2006) disponibilizou para o Omelete as primeiras imagens do longa-metragem, todo rodado em Salvador, em novembro:
“O Tungstênio faz um retrato muito afiado de uma Bahia explosiva. É incrível como o universo criado pelo Marcello é abrangente, cheio de tensões humanas e sociais. É uma Bahia ancestral, mas caótica, de cores vivas e tipos muito particulares”, define Dhalia. “É um realismo irônico, cortante, de personagens complexos no seu embate com o cotidiano que é quebrado por um evento aleatório”.
Laureada na França no Festival de Angôuleme, em fevereiro, com o prêmio de melhor história policial, a HQ de Quintanilha é centrada em fragmentos da vida de quatro pessoas, um ex-sargento, um traficante, um tira durão (e de honestidade duvidosa) e a esposa deste. Sua trama foi adaptada pelo próprio Quintanilha em parceria com os autores da série global SuperMax: Marçal Aquino e Fernando Bonassi. Dhalia promete ainda duas revelações de peso no elenco, majoritariamente baiano: Samira Carvalho e Wesley Guimarães. O policial foi confiado a Fabrício Boliveira, protagonista do blockbuster Faroeste Caboclo (2013), e o militar reformado ficou com o veterano ator paraibano José Dumont, hoje em cartaz no premiado Era o Hotel Cambridge.
“Tungstênio é um filme que dialogue, talvez, com O Cheiro do Ralo, por ter, como ele, um universo estético que vem de um autor de quadrinhos”, explica Dhalia, que rodou o longa com fotografia de Adolpho Veloso, com quem filmou nos EUA e na Índia o documentário On Yoga, ainda inédito. “A HQ traz por si só um elemento de Pulp Fiction, com um universo narrativo mais inovador. O Tungstênio tem uma estrutura narrativa muito subversiva e inovadora. Uma estrutura de recorte temporal fascinante. É forte, duro e irônico. É um cotidiano violento desvendado com requinte narrativo e um humor ácido maravilhoso. E o título fica Tungstênio mesmo, que é um nome é excelente. Eu me apaixonei primeiro pelo nome e depois pela história”.