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O Albergue | Crítica

O albergue

13.04.2006, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H19

O Albergue
Hostel
EUA, 2005
Terror - 95 min

Direção e roteiro: Eli Roth

Elenco: Jay Hernandez, Derek Richardson, Eythor Gudjonsson, Barbara Nadeljakova, Jana Kaderabkova, Jennifer Lim, Lubomir Bukovy, Jana Havlickova, Takashi Miike, Paula Wild, Vladimir Silhavecky, Vanessa Jungova, Katerina Vomelova, Jan Vlasák, Rick Hoffman

Um dos mais cultuados subgêneros do terror é o chamado Gore - produções nas quais o elemento predominante é o sangue, geralmente acompanhado de vísceras, amputações e seus derivados, como o pus e outros fluidos nojentos. Aliás, a idéia aqui é essa mesma: causar asco no público, algo que já virou até sinônimo da palavra inglesa: "filme de nojeira".

Grandes cineastas dos blockbusters da atualidade começaram fazendo gore (e com um pé no trash). Peter "Senhor dos Anéis" Jackson e Sam "Homem-Aranha" Raimi, por exemplo, trouxeram pérolas como Náusea Total (Bad Taste, 1987), Fome animal (Braindead/Dead-Alive, 1992) e a trilogia Evil Dead. Todos repletos dos elementos citados acima e dotados de enorme humor negro.

Pois um novo nome chega para engrossar esse angu de pústulas. Eli Roth chamou a atenção da indústria em 2003 com Cabana do inferno (Cabin fever, lançado direto em DVD por aqui), seu primeiro longa, que custou apenas 1,5 milhão de dólares e deu gordos ganhos ao estúdio Lions Gate. Assim, não tardou para que seu novo projeto, O albergue (Hostel, 2006) fosse anunciado, com produção executiva de Quentin Tarantino e o escambau.

O filme resultante é legítimo gore, diferente de produções recentes como os dois Jogos mortais, que sugerem muita coisa mas se perdem em armadilhas pretensiosas. O negócio em O albergue é mesmo o úmido e escorregadio choque e sua única intenção é divertir espectadores sádicos, dos quais o Marques de Sade teria orgulho. Fazer rir de pus jorrando aos borbotões é uma arte e Roth, como um Picasso das tripas, vive nesse momento sua "Fase Azul" (ou vermelha, no caso do cineasta).

O diretor também é bastante feliz na escolha da ambientação de sua história. A situa em Bratislava, capital da Eslováquia, cidade da qual o grande público pouco sabe, estimulando assim o imaginário. Os encantos urbanos mostrados na telona, porém, não pertencem ao local, mas à velha vizinha República Tcheca, destino preferido dos produtores pela moeda desvalorizada, belezas naturais e preservação de edificações de séculos de idade.

De qualquer forma, a idéia funciona perfeitamente. Inexplorada pelo cinema, Brastislava surge com uma aura de mistério que não funcionaria em qualquer outro destino batido da Europa, lotado de turistas. É para lá que vão os amigos mochileiros estadunidenses Paxton (Jay Hernandez) e Josh (Derek Richardson) e o islandês Oli (Eythor Gudjonsson), atraídos pela promessa de garotas maravilhosas (realmente, as centro-européias estão entre as mais lindas do planeta) e loucas por sexo. É o sonho molhado da "Sneepur Patrol" (patrulha do clitóris, no idioma da Islândia).

Ao chegarem à pequena capital ex-socialista, deparam-se com a feliz constatação de que toda a propaganda era justificada. O albergue em que se hospedam tem garotas desinibidas, um spa, baladas diversas e a "pegação" decorrente de tais desvarios. Quando o amalucado Oli vai embora sem qualquer explicação, no entanto, Paxton começa a desconfiar da sorte do trio e não demora para que ele descubra a mortal natureza real desse paraíso.

O desenvolvimento sem pressa das situações e personagens criam a empatia necessária com os protagonistas, sem adiantar as inevitáveis e criativas chacinas. De fato, o início parece até uma comédia adolescente. Daí a satisfação em ver essas chatas figuras recorrentes no cinema morrendo um a um, creio. Já o terceiro ato é o mais questionável, encaixando-se numa idéia hollywoodiana das vendettas dignas de Charles Bronson.

Todavia, nada que prejudique essa doentia criação de Roth, uma diversão para fortes do estômago e meio ruins da cabeça.

Nota do Crítico
Bom
O Albergue
Hostel
O Albergue
Hostel

Ano: 2006

País: EUA

Classificação: 10 anos

Duração: 95 min

Direção: Eli Roth

Roteiro: Eli Roth

Elenco: Jay Hernandez, Derek Richardson, Eythor Gudjonsson, Barbara Nedeljakova, Jana Kaderabkova, Jan Vlasák, Lubomir Bukovy, Takashi Miike, Jennifer Lim, Keiko Seiko, Jana Havlickova, Rick Hoffman, Petr Janis

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