O Corvo é o primeiro grande trabalho de FKA Twigs como atriz - mas, como contou a cantora inglesa de hits como “Cellophane” e “Two Weeks”, durante coletiva de imprensa acompanhada pelo Omelete, a experiência foi tão positiva que ela deve se tornar figurinha recorrente nas telas de cinema.
“Eu amei atuar. Acho que é porque amo aprender coisas novas, descobrir um novo processo, ser jogada em algo diferente”, comentou ela. “Sinto que a experiência neste filme realmente acendeu algo em mim, uma curiosidade sobre todos os aspectos do fazer cinematográfico. Pareceu um momento monumental da minha carreira, entende? Definitivamente, algo mudou dentro de mim”.
De fato, o tempo como Shelly - a amada de Eric Draven (Bill Skarsgård), o tal Corvo do título, que volta à vida para vingá-la após seu assassinato - foi tão enriquecedor para Twigs que até a inspirou como musicista. Na entrevista, a britânica adiantou que os fãs podem esperar um novo álbum em breve, pelo menos parcialmente inspirado por sua experiência no set de O Corvo, e especialmente às visitas da produção a casas noturnas em Praga (República Checa).
“Eu estava lá, ouvindo estes DJs incríveis de música techno... senti que me conectei aquele gênero de uma forma que não tinha me conectado antes, senti que entendi o que significava dançar pela primeira vez na vida”, filosofou Twigs. “As letras de novas músicas começaram a surgir na minha cabeça, e eu construí um novo álbum a partir delas quando voltei para Londres”.
Os ouvintes fiéis da cantora podem esperar muitas influências dançantes no próximo disco, portanto. “Eu fiz um álbum que não é exatamente de música dance, mas que fala sobre como a música dance me ajudou a me curar enquanto estava filmando O Corvo”, definiu, antes de dar um gostinho da letra de uma das canções, intitulada “Room of Fools”. “‘Sala de tolos/ Estamos fazendo algo juntos/ Feridas abertas/ Estamos sangrando a pressão’”.
“Existe uma conexão entre atuar e fazer música, é claro. Quando estava interpretando Shelly, consegui me conectar a um romantismo sombrio dentro de mim, que achei realmente bonito, e que ficou escondido por muito tempo, até por conta das experiências que tive”, contou ela, aludindo ao relacionamento abusivo com o ator Shia LaBeouf, sobre o qual se abriu em entrevistas nos últimos anos. “Explorar esse lado de mim através da personagem, dentro deste mundo fantasioso, me reconectou com um aspecto da minha arte que estava meio perdido”.
O Corvo já está em cartaz nos cinemas brasileiros.
