Equipe conta desafios de O Sequestro do Voo 375: "Trabalho mais difícil da vida"

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Entrevista

Equipe conta desafios de O Sequestro do Voo 375: "Trabalho mais difícil da vida"

Produzido há sete anos, longa que estreou na última quinta (7) exigiu muita pesquisa e concentração extra no set

Omelete
4 min de leitura
08.12.2023, às 06H00.
Atualizada em 08.12.2023, ÀS 09H47

Quando foi convidado pela produtora Joana Henning para dirigir O Sequestro do Voo 375, o cineasta Marcus Baldini até achou o projeto interessante. Mas o próprio realizador admite que não levou muita fé de que o filme - que reconstitui um episódio real, ocorrido em 1988, e que chegou às salas de cinema na última quinta-feira (7), sete anos após o início da produção - realmente fosse sair do papel.

Achei que nunca ia acontecer. Imagina, um filme de avião no Brasil! Ela tá começando a produtora [Estúdio Escarlate] agora... Mas pensei: ‘Tudo bem, se rolar eu quero fazer’. E filmamos”, brinca o diretor, em conversa com o Omelete.

Inicialmente, a proposta do jornalista Constâncio Viana, que assina o argumento, era contar em forma de documentário a história de Nonato (Jorge Paz), um tratorista que põe em prática um plano ousado: sequestrar um Boeing com mais de cem passageiros que saía de Belo Horizonte em direção ao Rio de Janeiro para promover um atentado ao Palácio do Planalto, em Brasília.

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Mas Joana enxergou ali a possibilidade de explorar na ficção os elementos de um típico filme de ação, que costuma ir bem comercialmente em todo o mundo, e que trazia características essencialmente brasileiras - incluindo aí a motivação para o crime, profundamente ligada ao momento político e econômico que o país atravessava nos primeiros anos pós-ditadura. O objetivo do sequestrador era nada menos que matar o então presidente José Sarney, em resposta ao não cumprimento da promessa de gerar novos empregos.

Com roteiro de Lusa Silvestre e Mikael de Albuquerque e coprodução da Star Original Productions, o projeto ganhou corpo em um desenvolvimento que envolveu muita pesquisa, com buscas a carcaças de aviões Brasil afora, garimpo de objetos da Vasp (companhia aérea que encerrou suas operações em 2005) e orientação técnica de especialistas para que o resultado final fosse convincente na tela.

Além da consultoria do próprio comandante Murilo (o responsável pelo voo, falecido em 2020 e vivido no longa por Danilo Grangheia) e de profissionais da Polícia Federal e da Aeronáutica, um piloto de caça também fez leituras de roteiro para checar a correção das nomenclaturas.

No set, a preocupação de Baldini era construir uma linguagem cinematográfica para dar a sensação de que o avião estava voando o tempo inteiro. Ele e a equipe decidiram construir quatro aviões: um no estúdio que girava o cockpit; outro, que girava a cabine de passageiros; um terceiro, com a parte interna da aeronave inteira; e um quarto, para os registros externos.

É uma logística complicada, são sets grandes. Nas reuniões, eu dizia: ‘Preciso de três boeings e oito caças’. Tudo era muito grande, era um controle muito difícil que a Joana tinha que fazer diariamente para encaixar tudo. Na narrativa, o maior desafio era filmar as cabines diferentes de uma forma realista, em que elas conversassem e o espectador não sentisse esses pulos”, explica.

Levando-se em conta que grande parte do filme se concentra no sequestro em si, o trabalho dos atores, especialmente Paz e Grangheia, foi particularmente intenso. “O maior desafio foi manter essa tensão durante todo o processo de filmagem, 12 horas por dia. Não dá pra fazer de conta. No filme, é pouco tempo, mas pra gente foram meses nessa loucura”, diz Paz.

Grangheia compartilha da mesma sensação. “É uma situação muito adversa estar num cockpit com uma arma na cabeça e sem poder tirar a mão do manche. E isso é 70% do filme. Acho que foi uma das coisas mais difíceis que já fiz”, analisa.

Roberta Gualda, por sua vez, teve uma experiência bem diferente ao dar vida à controladora de voo Luiza, que tem um papel importante na negociação do sequestro. “Para mim, a questão era ter que contracenar 90% do tempo com uma tela, o que também fez com que fosse o trabalho mais difícil da minha vida”, afirma ela.

Além disso, todo o elenco de apoio passou por uma preparação com o ator Emílio de Mello, que fez um extenso trabalho cênico com o grupo.

Eu tinha uma preocupação muito grande com os passageiros", conta Joana. "Se ficasse uma coisa de terror e pânico sem direção, poderia ser uma gritalhada. Como produtora, eu ficava me perguntando: ‘Vai ficar bom?’. Esse trabalho do Emílio foi fundamental, não só dos passageiros, mas de todo mundo, inclusive a movimentação do piloto e do copiloto com aqueles botõezinhos. A gente sabe que o público de aviação é muito detalhista e acho que a gente conseguiu um resultado muito bom”.

O Sequestro do Voo 375 está em cartaz nos cinemas brasileiros. 

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