O Omelete esteve presente no café da manhã do Director´s Guild Awards, prêmio anual da associação de diretores dos Estados Unidos. Estávamos lá para tentar entrevistas com os indicados, David Fincher (O Curioso Caso de Case of Benjamin Button), Danny Boyle (Quem Quer Ser Um Milionário?), Christopher Nolan (Batman - O Cavaleiro das Trevas), Gus Van Sant (Milk) e Ron Howard (Frost/Nixon).
Dos cinco, porém, apenas Howard e Boyle - que foi o vencedor da noite - decidiram falar com a imprensa (Nolan correu de nós, temeroso das inevitáveis bat-perguntas). E como o diretor de Quem Quer Ser Um Milionário? só ficou 2 minutos na área onde estavam os jornalistas, só nos restou Ron Howard (O Código Da Vinci). Mas como reclamar de uma exclusiva de mais de três minutos com o indicado ao Oscar por Frost/Nixon?!?
Ron Howard
Ron Howard
Ron Howard
Em Frost/Nixon, em 19 de maio de 1977, quase três anos depois de renunciar à presidência dos Estados Unidos, Richard Nixon (Frank Langela) concedeu uma rara entrevista ao programa do britânico David Frost (Michael Sheen). A conversa se tornaria a entrevista mais vista da história da televisão.
Confira abaixo o que ele falou sobre o prêmio e o filme e também suas declarações exclusivas sobre Anjos e Demônios! Ao final, o vídeo da entrevista, que gravamos ao lado dos nossos parceiros do Collider.
O que significa pra você ser indicado ao prêmio do Director´s Guild?
Como se trata de um grupo de meus colegas obviamente me sinto respeitado. São pessoas cujas opiniões me importam bastante. O Director´s Guild, ao longo dos anos, sempre me tratou com grande apoio e respeito. Eu fiquei tão empolgado, grato e nervoso com essa indicação por Frost/Nixon quanto fiquei na minha primeira indicação, há tantos anos.
Cada filme tem seus desafios próprios. Qual foi o aspecto mais desafiador de Frost/Nixon para você como cinesta?
Acho que traduzir todas as formas dessa história, não só as entrevistas, para que elas também pudessem entreter e atrair a atenção. Coisas como os bastidores, o que aconteceu no hotel, em Hollywood, nos escritórios, na casa de Nixon, e entender a história como um todo, tratando-a como uma espécie de thriller.
Foi difícil vender a história ao estúdio inicialmente?
Nós fizemos o filme com pouco dinheiro e eles adoraram o material, então devo dizer que a Universal Pictures apoiou o projeto desde o começo. Eu aprecio muito isso e estou muito feliz que o filme teve essa atenção toda.
Você teve um ótimo final de ano com Frost/Nixon e agora tem pela frente Anjos e Demônios, a continuação de O Código Da Vinci, que será um grande filme de férias. Quais os desafios nessa adaptação específica?
Foi difícil porque num momento estava trabalhando em Frost/Nixon e no outro já estava em Anjos e Demônios e o tom desses dois filmes não poderia ser mais distinto. Mas, de certa forma, um influenciou o outro. Há uma autenticidade em Frost/Nixon que eu meio que carreguei para Anjos e Demônios, para dar a ele uma aura moderna e natural.
Sabemos que a Igreja impediu as filmagens de Anjos e Demônios em certas locações. Como é lidar com esses obstáculos?
Nossa equipe tem larga experiência e nunca estamos certos de nada até que o filme esteja pronto. Não é que já pensemos as coisas com saídas alternativas ou soluções prontas caso as primeiras opções não sejam viáveis, mas é apenas difícil nos pegar de surpresa. Nunca ficamos muito frustrados porque já sabemos, pela experiência, que sempre encontramos uma saída.
Para os fãs do livro, que tipo de mudanças eles podem esperar no filme em relação à obra original?
Acho que sentimos que podíamos ter mais liberdade em relação à história com este filme em determinados elementos do que tivemos em O Código Da Vinci. Afinal, aquele livro estava no centro das atenções mundiais. Anjos e Demônios será um bom thriller moderno e estamos tentando com ele fazer a produção mais divertida que podemos. Está sendo muito, muito legal fazê-lo.
Você já pensou em qual será seu próximo filme?
Estou trabalhando em meia-dúzia de idéias. É tudo uma questão de qual roteiro ficar pronto primeiro. Mas eu quero fazê-los todos!
Frost/Nixon estreia no Brasil em 6 de março de 2009 (veja clipes). Anjos e Demônios em 15 de maio.