
Sempre que alguém faz uma lista de melhores ou
piores qualquer coisa, nós acabamos reproduzindo-a aqui no Omelete. A tradição
de eleger alguns destaques é antiga, mas foi escancarada no livro-que-também-virou-filme
Alta
fidelidade (2000), escrito pelo boa praça Nick
Hornby. O problema é que Rob, o personagem interpretado por John
Cusack, é sensível demais... então decidimos fazer uma lista com os
mais viris, varonis, vigorosos, valentões, másculos e (por que não?) canalhas do cinema.
Nas nossas árduas pesquisas (também conhecidas
como conversa de boteco), vimos que alguns padrões se repetem entre
estes caras. Macho que é macho tem que perder a família inteira ou parte dela.
A principal motivação deste sujeito é a vingança. Eles bebem, fumam e cospem
(bom, o Conan cospe). Eles têm nomes fortes como Paul, James ou John. Um título
militar na frente também ajuda bastante. Carregam armas. Muitas armas (e tome
símbolos fálicos!). Com exceção, é claro, daqueles que não conseguem
porque estão com as mãos cheias de bebidas e mulheres. E pode esquecer aquele
papo de discutir o relacionamento. Estes tipos não são muito bons
com as palavras, preferem ficar na deles e começar a distribuir bordoadas
para quem encher o saco. Mas pode ficar tranqüilo que eles dificilmente
começam uma briga, afinal, eles sabem que se entrarem em uma, quem vai
sair mais machucado são os outros.
Excluímos da lista qualquer pseudo-macho que
use enfeites (tipo o rabo-de-cavalo do Steven Seagal), seja chorão (tipo o Rocky),
não seja hetero (tipo o Lawrence da Arábia) ou não tenha plena convicção de
seus atos (tipo o Neo, de Matrix). Também deixamos de fora os machos
de artes marciais como os Jet Lis, Jackie Chans, etc. É muita frescura e gritinho.
No máximo o Braddock, mas isso só porque ele matou um rato a dentadas.
Como cinco é muito pouco e dez é um número muito
redondinho, a nossa lista foi aumentando. Chegamos a 24 nomes e, de cara, vimos
que não ia dar certo. Homens demais juntos e um número, digamos, mítico (hehehe). Cortamos pela metade: 12. Mas é
um número par, que é sinônimo de casalzinho, então decidimos pelo
13. Treze é bom. Dá medo em ianque e faz parte de título de filme de terror.
(A lista abaixo está sem nenhum tipo de ordem,
porque isso seria coisa de florzinha!)
1. Conan (Arnold Schwarzenegger,
2 filmes)
Numa
época em que sabres de luz eram o máximo entre os adolescentes,
surgia, girando sua espada, um cimério que entraria para sempre
na história do cinema. Seu nome era Conan. Diferente dos filmes
que comandavam a ordem geral, a história do Bárbaro tinha
muitas mulheres, sangue e mulheres e como era bom pra caramba, este cara
musculoso que portava uma espada gigantesca, traçava todas as
mulheres e matava qualquer mané que aparecesse na sua frente. Como
dissemos ali em cima, o que movia este monte de músculos era a
vingança. Quando pequeno, Conan viu seu pai e mãe serem
mortos por um mago. Foi escravizado e logo virou um gladiador. Sua trajetória
de vitórias era tão marcante que foi expulso do lugar onde
morava pois todos tinham medo dele. E assim ele começou sua peregrinação
para encontrar aqueles que o deixaram órfão.
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2. James Bond (vários,
20 filmes)
Com
a frase Bond, James Bond, o agente secreto a serviço
da Rainha inglesa já levou para a cama 65 mulheres. Claro que estas
contas são apenas as que aparecem na tela. Classudo, sempre vestindo
o melhor terno, guiando o último lançamento em carros esportivos
e bebendo Martini, o agente 007 viaja o mundo detendo os vilões
mais bizarros do cinema. A lista reúne megalomaníacos, ecoterroristas,
comunistas, lunáticos e outros tipos que querem dominar o mundo,
ou simplesmente destrui-lo. James Bond, que já foi interpretado
por Sean Connery, George Lazenby, Roger Moore, Timothy Dalton e Pierce
Brosnan, é a exceção que confirma a regra sobre vinganças
pessoais. Sua única motivação é bem servir
a coroa britânica e, para isso, ele tem o direito de matar quem
se intrometer no seu caminho.
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3. Inspetor Dirty Harry
Callahan (Clint Eastwood, 5 filmes)
O detetive Harry Callahan, da série Dirty Harry, foi lançado
aqui com o título Perseguidor implacável
em 1971. O mais durão investigador de San Francisco e sua magnum
.44 protagonizaram cinco filmes - todos disponíveis em DVD no Brasil. Cansado de ver
bandidos terem mais direitos do que os mocinhos, o detetive resolve quebrar
algumas regras para tentar equilibrar a balança. A máxima
de atirar primeiro e perguntar depois é uma de suas preferidas.
E parece que tamanho carisma está longe de acabar.
Em 2002 surgiram boatos de que Clint Eastwood gostaria de voltar a dirigir
e interpretar mais um filme e recentemente foi confirmado que o ganhador
do Oscar 2005 de Melhor Direção por Menina de Ouro vai
emprestar sua voz para um videogame da franquia. Go ahead. Make
my day!
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4. Coronel James Braddock
(Chuck Norris, 3 filmes)
Nenhuma
lista dos maiores f*d*es do cinema estaria completa sem o Coronel James
Braddock. Se ele vivesse nos dias atuais, estaria rindo à toa com
seu cartão de milhagem. O cara teve de ir até o Vietnã
nada menos do que três vezes. No primeiro filme, aprendemos que
ele foi um soldado das forças especiais e prisioneiro de guerra
no passado e teve de voltar à Ásia a pedido do governo ianque
para resgatar outros prisioneiros. O segundo filme é um prelúdio
da aventura anterior e mostra como ele foi capturado e torturado nas mãos
do coronel Yin. No terceiro e último longa da série, Braddock
descobre que sua mulher, que ele julgava morta, está viva - adivinhe
onde... E lá vai ele de novo para o Nam chutar uns
traseiros vietcongues. O que diferencia Braddock do Rambo, por exemplo,
é que ele não vive só das armas que consegue carregar.
O bom e velho Chuck Norris mostra, principalmente no segundo filme, que
manda bem quando o assunto é socos e pontapés. O cara foi
seis vezes campeão mundial de Karatê profissional e naquela
época começou a participar da pancadaria de
Hollywood, pintando inclusive em filmes do mestre Bruce Lee. Pô,
o cara é tão animal que chegou a dar aulas para figuras
como Steve McQueen. Um currículo que nos obriga a deixá-lo
na lista.
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5. Paul Kersey (Charles
Bronson, 5 filmes), na série Desejo de matar
Além
de ter participado de uma penca de westerns (incluindo aí
o clássico Era uma vez no Oeste, de Sergio Leone), de ter
matado o Grande Búfalo Branco e encarado até o Toshiro Mifune,
Charles Bronson está aqui porque ele tinha DESEJO DE MATAR! Na polêmica
cinessérie o cara se movia em câmera lenta, não perdia
um só tiro e dizimava as gangues que, por sinal, diminuiam a quantidade
de seus entes queridos a cada filme! E haja família! Foram cinco
policiais dessa série! Isso sem falar que a cara dele era a mesma
coisa que um bloco de granito com bigode!!!! Sem dúvida, um clássico. |

6. John Rambo (Sylvester
Stallone, 3 filmes)
Ok,
a história é bem parecida com a descrita acima para o Cel.
James Braddock. Porém, o também veterano do Vietnã John
Rambo só volta às selvas asiáticas no segundo filme,
Rambo 2 - A missão (1985), que virou sinônimo para
qualquer coisa que tenha uma seqüência. A primeira aventura
do ex-boina-verde acontece em uma pequena cidade dos Estados Unidos. Preso
pelo xerife local e maltratado pelos seus ajudantes, Rambo vê seus
fantasmas da guerra ressuscitarem e sua sede por justiça e vingança
crescer. Bom, dizer que ele destrói tudo é pouco, afinal
explosões e tiros não faltam na série. Vale ressaltar
que aqui não tem o lance da família que foi morta. O motivo
de tanta violência é sua traumática experiência
de guerra. O filme é baseado no livro de David Morrell. A diferença
é que no romance Rambo se mata. O problema é que se isso
acontecesse, não haveria outras histórias para contar, né?
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7. Léon (Jean Reno),
em O profissional (Léon,
1994)
Nenhuma
lista dos maiores machões do cinema estaria completa sem a presença
de Jean Reno, o maior astro francês de filmes de ação.
Poderíamos colocar aqui Wassabi, Rios vermelhos,
La femme Nikita, mas seu grande papel é mesmo como Léon,
em O profissional. Considerado o melhor assassino profissional
de Nova York, Léon acaba se envolvendo com Mathilda (Natalie Portman).
Com apenas 12 anos a menina sofre com um pai que guarda drogas para um
policial corrupto. Seu único conforto era o irmão, que acaba
morto junto com o resto da família quando os traficante invadem
seu apartamento. A menina se esconde no vizinho, descobre que ele é
na verdade um matador de aluguel e pede ajuda para vingar a morte de seu
irmão. Inicialmente relutante, Léon acaba ensinando àquela
criança alguns truques da profissão. Se não
estivesse entre os mais durões da sua profissão, Jean Reno
não teria virado personagem principal do videogame Onimusha
3: Demon Siege em que o lema bater primeiro e perguntar depois
é redundante.
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8. Ethan Edwards (John
Wayne), em Rastros de Ódio (The
Searchers, 1956)
O
título nacional do filme já diz o que move Ethan Edwards
(um dos mais marcantes papéis de John Wayne): ódio! Após
retornar da guerra civil ele encontra o rancho de seu irmão destruído
e muitos mortos. Parte então, junto com o sobrinho Martin, em busca
dos responsáveis pelo massacre e do seqüestro de sua sobrinha.
São cinco anos no lombo dos cavalos... e coitados dos índios
que cruzam seu caminho (tem até chute no traseiro de uma índia
gorda morro abaixo!). Até mesmo Martin, que tem sangue nativo em
suas veias, sofre com a discriminação deste decidido anti-herói.
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9. John Shaft (Richard
Roundtree), em Shaft (1971)
Mais
quente que Bond. Mais frio que Bullit,
anunciava o cartaz do filme de John Shaft, o mais durão, cool e
rebelde dos detetives blackexpoitation (estilo de filmes black
dos anos 70). Com esse policial não tinha conversa. Se um sujeito
qualquer olhasse torto pra ele era imediatamente defenestrado. E estamos
falando de janelas no quinto andar. Com a mesma habilidade que surrava
malfeitores, conquistava a mulherada com sua gola rolê e jaqueta
de couro. Mais tarde o personagem, vivido por Richard Roundtree, ganhou
série de TV. Quase trinta anos depois, virou novo filme, desta
vez com o também durão Samuel L. Jackson no papel. Roundtree
até apareceu por lá pra dar umas dicas ao novato, que também
chutou alguns traseiros. E como se isso não bastasse, havia a trilha
sonora de Isaac Hayes - vencedor do Oscar de Melhor Canção
Original -, o chef de South Park, outro dos maiores machos das
telas.
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10. Stanley Kowalski
(Marlon Brando), em O bonde chamado desejo (A
streetcar named desire, 1951)
Um
bonde chamado desejo conta a história de Blanche DuBois, uma
professora do Mississipi expulsa de sua escola por seduzir um aluno. Desamparada,
ela procura a irmã Stella (Stellaaaaaaaaaaaaaaaa!),
que mora com o marido em Nova Orleans. Stanley Kowalski (Brando), seu
cunhado casca-grossa, logo suspeita da moça e parte para o ataque.
Ele xinga, grita, esmurra paredes e demanda explicações.
Machão clássico, Kowalski é o dono do pedaço
e a intromissão de Blanche no seu relacionamento só faz
despertar ainda mais seu lado selvagem. Na televisão, Kowalski
foi interpretado com mestria por Ned Flanders, no episódio
Um bonde chamado Marge, na série Os Simpsons.
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11. Cap. Virgil Hilts
(Steve McQueen), em Fugindo do Inferno (The
great escape, 1963)
Dizem
que Steve McQueen era o homem que as mulheres queriam ter e que os homens
queriam ser. Tão querido assim, não é de se espantar
que foi eleito pela revista Empire como um dos maiores astros
da história do cinema. Um dos filmes que demonstra seu carisma
e principalmente seus culhões é Fugindo do inferno.
Para interpretar o prisioneiro de guerra que peitava os alemães
no campo de concentração mais à prova de fugas desenvolvido
pelos nazistas, McQueen exigiu que o roteiro fosse refeito adicionando
partes em que ele pudesse mostrar na tela suas habilidades sobre uma moto.
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12. Tequila (Chow Yun-Fat),
em Fervura máxima (Lashou shentan, 1992)
Antes
de invadir Hollywood o cineasta John Woo já usava em Hong Kong as
suas câmeras em slow-motion nas cenas de ação
mais vertiginosas. Um dos seus atores favoritos desta época era Chow
Yun-Fat, que depois acabou ganhando fama internacional com O
tigre e o dragão (2001). Mas bem diferente do filme de artes-marciais
dirigido por Ang Lee, Yun-Fat ficou famoso mesmo foi atirando pra tudo quanto
é lado com a arma que tivesse à mão. Além de
estrelar a trilogia Alvo Duplo, da qual Woo dirigiu os dois primeiros
episódios, Yun-Fat filmou com ele Fervura máxima, na
qual interpreta o policial Tequila. O longa é um banho de sangue
e o detetive está lá para garantir que o maior número
possível de mortes. Desaconselhável para jovens americanos
que pensam em entrar em hospitais, restaurantes ou escolas atirando em qualquer
coisa que se mova. |

13. Jece
Valadão, pelo conjunto da obra
Para
terminar, o mestre no assunto, PhD em machismo, com ênfase em cafajestice,
o primeiro e único Jece Valadão. O ator brasileiro é sinônimo de cabra macho,
sim senhor. Foi a grande estrela da pornochanchada que dominou o mercado
brasileiro durante os anos 70 e tem em seu currículo de ator, diretor e
produtor pérolas como História de um crápula (1965), O mau caráter
(1974), As sete faces de um cafajeste (1968) e Nós, os canalhas
(1975). Seus papéis eram e são comentados pois fazia um tipo machão,
rude, estúpido, grosseiro, cafajeste, calhorda e outros adjetivos
do gênero que você queira listar. E o mais engraçado é que mesmo assim ele
fazia muito sucesso com o mulherio. Foi casado, por exemplo, com a atriz
Vera Gimenez, mãe da modelo, apresentadora de TV e groupie Luciana.
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