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Oppenheimer: Como a bomba atômica mudou o cinema

Épico de Christopher Nolan é o mais novo filme numa linhagem cinematográfica de filmes sobre a bomba

Omelete
3 min de leitura
08.04.2024, às 17H59.
Atualizada em 26.04.2024, ÀS 08H46

O mundo nunca mais foi o mesmo depois daquele 16 de julho de 1945. Como vimos em Oppenheimer, filme de Christopher Nolan, esse foi o dia do teste que confirmou a viabilidade da bomba atômica em uma demonstração que alterou a humanidade de forma irreversível. No teste Trinity, o ápice do Projeto Manhattan, o homem tinha liberado um poder de destruição sem precedentes. Algumas semanas depois, esse mesmo poder foi usado contra Hiroshima e Nagasaki em dois dos eventos mais relevantes do Século 20, afetando ciência, guerra e a história de maneiras significativas. E o cinema não ficou para trás.

Se a gente olhar pros últimos 80 anos, não é difícil enxergar a bomba atômica como um dos temas mais recorrentes do cinema. Sua criação, seus testes, as explosões e suas consequências foram combustível para dramas, comédias, ficção científica e filmes de ação de todo tipo e tamanho. Do uso na Segunda Guerra Mundial à corrida armamentista que a seguiu, culminando com a imaginação de desastres nucleares como o apocalipse, a bomba atômica é algo abordado tanto por grandes autores como Stanley Kubrick, quanto por franquias populares como Missão: Impossível.

Por isso, dá pra entender porque Christopher Nolan, um dos cineastas mais influentes do milênio, escolheu gastar seu cheque-em-branco com um filme sobre J. Robert Oppenheimer, o físico que ficou conhecido como o “pai da bomba atômica". Nolan enxergou no cientista um homem cheio de contradições: alguém disposto a fazer tudo para que suas ideias se tornassem realidade e, ainda assim, alguém assombrado pelas consequências de abrir as portas do inferno. Estava ali, na biografia do físico, a chance de fazer não só um estudo de personagem instigante, como também a de revisitar um evento que redefiniu a história e a cultura.

Curiosamente, Oppenheimer era, no papel, também uma grande contradição: por mais que seu tema central e a proposta da cinebiografia fossem parte de tradições do cinema, o projeto parecia arriscado. Imagine: um drama de três horas de duração, com classificação adulta, sobre uma figura histórica… Esse era o filme que Nolan ia lançar no meio da temporada de blockbusters, como seu retorno depois das polêmicas do lançamento de TENET?

Teve quem achasse que não, mas cá estamos. Oppenheimer se sagrou com mais de U$ 900 milhões de bilheteria e tantos prêmios, incluindo Melhor Filme e Melhor Direção no Oscar 2024, que o filme parece a grande confirmação da carreira de Christopher Nolan, com direito a aprovação da crítica, sucesso de audiência e reconhecimento internacional. 

Por isso, Oppenheimer agora está firmado como um dos dois ou três filmes que sempre virão à mente quando a gente falar da bomba atômica no cinema. Mas ele merece essa reputação? Por quê? Quais são os outros títulos que vêm à mente quando o assunto é a bomba atômica e como o de Nolan se diferencia deles? Essas são as perguntas exploradas primeiro episódio do QUINTO ELEMENTO, o novo programa de cinema do Omelete. Na primeira temporada, Guilherme JacobsMariana CanhisaresBarbara Demerov Max Valarezo falam sobre o Cinema Atômico. Passando por Godzilla, Dr. Fantástico e outros filmes que abordam o assunto, a conversa mostra a ligação direta entre os acontecimentos históricos e as adaptações para a telona.

Assista ao primeiro episódio acima, e clique aqui para uma playlist com toda a primeira temporada. Novos episódios da primeira temporada do QUINTO ELEMENTO saem toda segunda-feira até o fim de abril.

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