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Os Estranhos

Terror de estreante cai no clichê e deixa porta aberta para continuação

20.11.2008, às 14H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H42

A matemática é uma ciência exata. E por isso é fácil entender os motivos que levaram os produtores a já anunciar uma continuação de Os Estranhos (The Strangers, 2008), filme que mistura o suspense com o terror e assustou gente o suficiente para faturar saudáveis 54 milhões de dólares nos cinemas da América do Norte ao custo de produção estimado em 10 milhões.

Palmas para Bryan Bertino, roteirista e diretor do filme. Apesar de ser estreante em longas-metragens, esse jovem texano de apenas 31 anos utiliza muito bem a trilha sonora para criar o clima certo, mostra que sabe como usar a câmera e dar sustos com uma montagem bem pensada. E pelo tipo de filme que decidiu fazer, não é difícil imaginar também que ele é um grande fã do gênero "slasher-film", imortalizado no fim dos anos 70 e toda a década de 80 em séries como Sexta-Feira 13 e Halloween.

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O problema é que sua história não convence. Nada contra os psicopatas que surgem às 3h da madrugada em uma cabana no meio do nada. Isso nós sabemos que acontece o tempo todo. Pelo menos em Hollywood (e, pelo jeito, no Texas também). O que não dá pé são os motivos que levam o casal de sofredores protagonistas a cumprir à risca toda a lista do que não se deve fazer em um filme de terror.

De deixar a menina sozinha no meio do ataque a tentar arranjar ajuda usando o rádio amador que está no celeiro (hello-oooo), todos os clichês estão aqui. E usados das formas mais erradas possíveis, já que o filme tenta se vender como algo "baseado em eventos reais". Me expliquem como um trio de malucos - que na teoria é composto por pessoas "normais" (sem superpoderes ou atividades paranormais) - consegue antever os próximos passos das suas vítimas e ainda se mexer mais rapidamente do que um atleta anabolizado. Ah e sem fazer barulhos, porque senão não há sustos, né?

Tudo o que acerta na primeira etapa, mostrando a difícil noite que já estava tendo o casal Kristen McKay (Liv Tyler) e James Hoyt (Scott "namorado da Felicity" Speedman), Bertino erra no desfecho. Mas agora, depois de um ano inteiro de atraso para o seu lançamento nos Estados Unidos, fica difícil saber se os seguidos adiamentos foram para acertar o que estava ruim, ou estragar o que estava bom. O fato é que o final do filme não esconde de ninguém que o intuito por trás de toda aquela tortura psicológica era criar uma nova franquia. E nisso ele até se sai bem.

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