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P2 - Sem Saída

Claustrofobia subterrânea em filme de maníaco

03.01.2008, às 16H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H32

O francês Alexandre Aja despontou em 2003 com Alta Tensão (Haute Tension), um suspense extremamente competente. Depois dirigiu Viagem Maldita (The Hills Have Eyes, 2006), a decente refilmagem de Quadrilha de Sádicos, e em 2007 pela primeira vez assinou um longa como produtor.

P2 - Sem Saída, a estréia do cineasta na produção, marca também o debute de Franck Khalfoun, que co-roteirizou o filme com Aja, como diretor. A dupla já trabalhou junta antes: Khalfoun é um dos atores de Alta Tensão.

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A dobradinha funciona, ainda que de maneira muito inferior aos perturbadores filmes de Aja. Khalfoun é menos interessado nos exercícios de estilo. Econômico, ele opta por um filme de um cenário e apenas dois personagens. Chamar P2 de "jogo de gato é rato" soa clichê, mas é exatamente isso. A mocinha foge o tempo todo do maníaco e os dois estão devidamente trancados, sozinhos, no subsolo de um edifício comercial na véspera de Natal.

Ela é Rachel Nichols (Horror em Amityville), atriz suficientemente boa para o pouco exigente papel. Fica histérica quando precisa e raivosa quando chega o inevitável momento em que a protagonista "já aguentou o suficiente" (como em todas as produções do gênero). Mas tem um decote que não cabe na tela (não acredito que vou reclamar disso...), o que, devo admitir, me tirou completamente a atenção e quebrou o suspense mais de uma vez. Quando ela fica molhada então... é covardia. Já o vilão é Wes Bentley, o Coração Negro de Motoqueiro Fantasma. E aí o filme dá uma escorregada. O ator tenta dar aquela aura de "perturbado cool" ao personagem, um segurança voyeur, mas simplesmente não consegue. Faltou um protagonista melhor para aumentar a ameaça. Ao menos a motivação dele (e aqui pode pensar no decote de novo) é algo com o qual podemos facilmente nos relacionar.

Mesmo assim, P2 tem seus momentos. Especialmente quando Aja faz-se notar lá atrás do diretor. A cena em questão, um coitado qualquer amarrado no piso mais profundo do edifício, leva a assinatura dele. É chocante, inesperada e gráfica na medida. Assim, se a estréia de Khalfoun não convence totalmente, ao menos serve como ponto de partida para possíveis melhoras.

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