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Pai em Dose Dupla 2 | Crítica

Will Ferrrell arranca risadas, mas filme derrapa nas cenas do avô machista de Mel Gibson

22.11.2017, às 11H49.
Atualizada em 29.01.2018, ÀS 17H01

Não existe meio termo para Will Ferrell. Ou você vai rir muito das besteiras do comediante, ou você irá achá-lo um completo idiota sem graça. Em Pai em Dose Dupla 2 ele está fazendo tudo que seus fãs e seus haters amam/odeiam. Age como criança, briga por besteira e revive a química com Mark Wahlberg,que já funcionou no primeiro longa e em Os Outros Caras em uma comédia de altos e baixos.

O filme mostra Dusty e Brad, os pais interpretados respectivamente por Wahlberg e Ferrell, trabalhando juntos para dar às crianças um Natal perfeito. Porém, os avôs interpretados por Mel Gibson e John Lithgow chegam e acabam reiniciando os conflitos familiares.

Inicialmente, é preciso dizer que se você não viu o primeiro, não deve entender muita coisa do segundo. O filme começa pouco depois do final do longa original e assume que você já sabe que Brad é o padrasto dos filhos de Dusty - que casou com a vizinha da casa da frente e tornou-se padrasto da filha de Roger (John Cena). Então, se você não conhece a dinâmica da dupla, provavelmente irá se perder na produção. 

Com isso em mente, os produtores criaram o roteiro mais genérico possível para um filme de Natal: famílias se unem, surgem os problemas, eles lembram que se amam... o pacote completo. Por conta disso, o filme conta muito com Ferrell para dar certo. Desde o começo, o longa abre espaço para o comediante fazer suas besteiras. Sua química com Lithgow funciona muito bem e eles fazem uma dupla de pai e filho extremamente conectada e sentimental que é hilária. Com a chegada do patriarca, o Brad de Ferrell fica ainda mais infantil e as melhores cenas são quando ele faz birra para o seu pai – em determinado momento ele tem uma discussão com a criança da casa vizinha que é ótima.   

Enquanto o comediante arranca risadas, o mesmo não pode ser dito em relação a Wahlberg e Gibson. Para começar, Dusty não é tão engraçado quanto no primeiro filme – onde podia, literalmente, fazer tudo quase como um herói. Mais vulnerável, ele está perdido na criação da filha de sua nova esposa e o personagem, com isso, perde força e arranca menos sorrisos quando está longe de Brad.

Já o papel de Gibson é ainda mais problemático. Como grande vilão do filme, pois tenta acabar com a amizade do filho com o “co-pai”, ele deveria ser o oposto do avô interpretado por Lithgow: um homem mais duro, enérgico e desconectado do filho. Porém, o personagem não passa de um machista e o maior exemplo disso é sua grande lição para o neto: para conquistar mulheres, ele precisa beijá-las e, depois, dar um tapa na bunda. Com isso, as cenas do ator, que conta com um histórico de misoginia, ficam mais incomodas do que divertidas.

Outro grande problema da produção é a atuação da brasileira Alessandra Ambrosio, que faz a esposa de Dusty. Ainda caminhando como atriz, a modelo derrapa em suas poucas falas, que parecem muito decoradinhas, e acabam atrapalhando a dinâmica que deveria ter com Linda Cardellini.

O filme fica abaixo do primeiro, mas ainda é divertido. Se você gosta do trabalho de Ferrell assista. Não é seu melhor filme, mas a grande maioria de suas cenas fazem o ingresso valer a pena. Porém, se não é fã do comediante, a melhor coisa que você pode fazer é ficar longe dessa produção. 

Nota do Crítico
Regular
Pai em Dose Dupla 2
Daddy's Home 2
Pai em Dose Dupla 2
Daddy's Home 2

Ano: 2017

País: EUA

Classificação: 12 anos

Duração: 100 min

Direção: Sean Anders

Roteiro: Sean Anders, John Morris

Elenco: Will Ferrell, Mark Wahlberg, Linda Cardellini, John Cena, John Lithgow, Mel Gibson, Alessandra Ambrosio, Owen Vaccaro, Scarlett Estevez, Didi Costine, Chesley Sullenberger, Liam Neeson, John Lithgow

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