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Sean Connery, de 007 e Os Intocáveis, morre aos 90 anos

Ator estava nas Bahamas, cercado por familiares

31.10.2020, às 09H39.
Atualizada em 31.10.2020, ÀS 14H24

Sean Connery, ator escocês conhecido mundialmente por ter vivido a primeira versão de James Bond nos cinemas, morreu neste sábado (31), aos 90 anos.

O filho de Connery disse à BCC que o ator, que não estava bem há algum tempo, morreu pacificamente, durante o sono. Ele estava em Nassau, nas Bahamas, cercado por familiares. "Um dia triste para todos que conheciam e amavam meu pai e uma perda triste para todas as pessoas ao redor do mundo que apreciavam o maravilhoso talento que ele tinha como ator", disse Jason Connery à rede britânica.

Além de Jason, Sean Connery deixa a mulher, Micheline Roquebrune.

Embora tenha inúmeros trabalhos marcantes ao longo de cinco décadas, o ator certamente será lembrado como o agente 007 original do cinema, papel que interpretou pela primeira vez em 1962, em O Satânico Dr. No. Quando pronunciou pela primeria vez a inesquecível frase "O nome é Bond... James Bond", Connery estabeleceu o charme e a ironia que se tornaram a marca da versão cinematográfica do personagem criado pelo escritor Ian Fleming.

O ator viu sua carreira deslanchar com o personagem e interpretou James Bond em cinco filmes seguidos: além de Dr. No, Moscou contra 007 (1963), 007 contra Goldfinger (1964), 007 contra a Chantagem Atômica (1965), Com 007 Só se Vive Duas Vezes (1967).

Cansado do agente secreto, Connery foi substituído por George Lazenby no sexto filme da franquia, mas ainda voltou a interpretar Bond em 007: Os Diamantes São Eternos (1971) e 007: Nunca mais Outra Vez (1983).

Além de suas marcantes performances na franquia 007, Connery entregou atuações memoráveis em O Nome da Rosa, A Rocha e Os Intocáveis, longa de 1987 que lhe rendeu o Oscar de melhor ator. Ele também ficará eternizado na cultura pop por ter vivido Henry Jones Sr., pai do personagem-título de Indiana Jones e a Última Cruzada.

Nascido Thomas Sean Connery em 25 de agosto de 1930, em um bairro pobre de Edimburgo, Escócia, Connery abandonou a escola aos 13 anos e viveu de bicos até ser descoberto por um olheiro do time de futebol Manchester United. Mas a carreira como jogador durou pouco, e ele logo a abandonou para se dedicar ao teatro.

Depois de papéis em musicais e participações menores na TV e no cinema, Connery conseguiu seu primeiro protagonista televiso em 1957, em Blood Money, da BBC. No ano seguinte, conseguiu seu primeiro papel principal no cinema em Vítima de uma Paixão, ao lado de Lana Turner.

O sucesso veio com o papel de James Bond, que Connery conseguiu a contragosto do escritor Ian Fleming, criador do personagem, por influência da mulher do produtor Cubby Broccoli. Mas Fleming mudou de ideia depois, conquistado pelo carisma do ator.

Ainda durante sua participação na franquia 007, Connery trabalhou com o cineasta Alfred Hitchcock (Marnie, Confissões de uma Ladra) e iniciou uma duradoura parceria com o diretor Sidney Lumet (A Colina dos Homens PerdidosO Golpe de John AndersonAté os Deuses ErramAssassinato no Expresso OrienteNegócios de Família).

Depois de uma carreira que se estendeu por cinco décadas, o ator, que nunca se adaptou ao estilo de vida de Hollywood, afastou-se do cinema nos anos 2000 e passou a viver uma vida reclusa, jogando golfe e se dividindo entre suas casas na Espanha, Portugal e no Caribe. Seu último filme foi A Liga Extraordinária (2003), e Connery voltou a trabalhar apenas em 2012, quando dublou um veterinário escocês aposentado na animação Sir Bill

Em 2000, o ator foi sagrado cavaleiro pela rainha Elizabeth.

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