Sim Senhor 1
Sim Senhor 2
Com Sim Senhor (Yes Man, 2008) não é diferente. Aqui Carrey retorna, já meio enrugado, aos trejeitos e expressões elásticas que o consagraram junto ao grande público.
Na trama ele vive Carl Allen, sujeito eternamente negativo, cuja vida se restringe a uma rotina enfadonha e solitária. Até que, depois de um encontro com um antigo conhecido, Allen frequenta um curso de auto-ajuda e faz um pacto consigo mesmo: dizer "sim" a todas as oportunidades, a tudo e a todos. Simplesmente dizer "sim". E vida do recluso negativista imediatamente se transforma.
A premissa do roteiro, você deve ter notado, lembra um pouco O Mentiroso (Liar Liar), filme que o ator fez em 1997. Mas se o texto não é lá um primor de criatividade, pelo menos Carrey está em boa companhia. O diretor Peiton Reed tem uma sensibilidade um tanto distinta para a comédia. São dele o "vintage" Abaixo o Amor e o adulto e tragicômico Separados Pelo Casamento, filmes que, se não entram em listas de melhores do ano, ao menos permanecem na lembrança.
Com Sim Senhor acontece o mesmo. O roteiro previsível, a velha história de mudança de postura perante à vida, não traz qualquer novidade ao tema, mas as piadas são boas e o elenco de apoio é impagável. A começar pela cantora e atriz Zooey Deschanel (Fim dos Tempos) - que até dá uma palhinha cantando na curiosa banda criada para o filme Munchausen by Proxy. Além de ter um tempo humorístico perfeito, Deschanel é fofa feito um arco-iris estendendo-se sobre um campo florido com coelhinhos rosados. Menos fofo, mas igualmente competente em seu humor (ou seria mau-humor?) está Zod em pessoa, Terrence Stamp, que interpreta o guru de auto-ajuda do "Sim". Completa a trinca o genial Rhys Darby (Flight of the Conchords), como o chefe de Carrey. O papel, aliás, deve fazer ao neo-zelandês o que o do âncora de Todo Poderoso fez a Steve Carrel uns anos atrás, já que o ator simplesmente rouba todas as suas cenas em que aparece. Espere só pra ver as festinhas dele...
Essa competência do elenco e do diretor equilibram os excessos um tanto desesperados de Carrey - ainda que eles devam agradar aos seus fãs (eu prefiro ele contido) - fazendo com que Sim Senhor resulte levemente acima da média das comédias mainstream. Dá pra rir, sim senhor, mas dá também uma incômoda sensação de déjà vu...
Comentários (0)
Os comentários são moderados e caso viole nossos Termos e Condições de uso, o comentário será excluído. A persistência na violação acarretará em um banimento da sua conta.
Faça login no Omelete e participe dos comentários