Diretor de Som da Liberdade, Alejandro Gomez Monteverde se disse decepcionado pela forma como o longa foi associado a teorias da conspiração espalhadas pela extrema-direita norte-americana. Segundo o cineasta, essa conexão poderia ser “divertida” se não tivesse sido feita de forma acusatória. “Partiu o meu coração”, disse ele em entrevista ao Omelete.
“Existem jornalistas bons e ruins, e alguns deles começaram a rotular o filme sem ter feito nenhuma pesquisa”, seguiu Monteverde, reforçando que Som da Liberdade já estava finalizado em 2019, antes que a QAnon, principal teoria associada ao filme pelo público, se popularizasse em meados de 2020.
De acordo com a teoria, figuras públicas norte-americanas estariam chefiando um cartel internacional de tráfico e exploração sexual de crianças. O próprio Jim Caviezel já reproduziu discursos de Q, responsável por compartilhar tais teorias, em entrevistas e palestras, o que corroborou para sua associação ao longa.
Co-fundador da Angel, produtora do longa, Jeffrey Horman comparou essa associação à forma como o livro Uncle Tom's Cabin, de Harriet Beecher Stowe, foi atacado após ser apontado por Abraham Lincoln como símbolo da luta abolicionista dos EUA. “As pessoas falavam que não era verdade que Harriet tinha ido aos lugares [de que escreve], que ela nunca tinha estado em uma plantação. Tudo para distrair da mensagem central. Eles continuavam a atacá-la, mas aquele acabou sendo o livro mais vendido do século depois da Bíblia.” Segundo o produtor, a ideia do estúdio é que Som da Liberdade seja lembrado como “o Uncle Tom’s Cabin do século XXI”.
Estrelado por Jim Caviezel, Som da Liberdade está em cartaz nos cinemas.
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