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O produtor Pedro Carlos Rovai rejeitou o percurso mais fácil. Nos bastidores do cinema, segundo ele, corre uma cartilha informal com três coisas que os profissionais da 7º arte devem evitar para facilitar seu trabalho: filmar na selva, filmar com crianças e filmar com animais. Pois na série Tainá, ele desobedeceu as três "regras" e não se arrepende.
O primeiro filme (dirigido por Tânia Lamarca e Sérgio Bloch) foi lançado em 2000 e, desde então, arrematou nove prêmios os dois mais importantes conquistados no Festival Internacional de Cinema Infantil de Chicago, de melhor filme tanto no voto do público infantil como do adulto. Além disso, foi assistido por 863 mil espectadores pagantes.
E a continuação, Tainá 2 (com direção de Mauro Lima), apresenta potencial para percorrer trajetória semelhante e, mesmo antes de entrar em cartaz no Brasil, já foi premiado novamente em Chicago - mais uma vez pelo voto das crianças. O filme foi exibido na abertura da primeira edição do Amazonas Film Festival - Mundial do Filme de Aventura, em Manaus, e sua estréia nacional acontece em 154 salas no país todo.
A idéia de fazer Tainá partiu de Rovai. "Sempre me encantei com as civilizações ribeirinhas da região da Amazônia e sua sobrevivência a partir dos recursos naturais", conta. "Depois de produzir e dirigir o documentário Amazônia Viva, fiquei com vontade de criar uma heroína brasileira nascida da experiência cinematográfica. Porque todos os heróis nacionais ou apareceram da literatura, da televisão ou do teatro."
Na segunda parte da aventura, a indiazinha Tainá (interpretada por Eunice Baia) já é uma adolescente. Sua maior preocupação divide-se entre proteger a floresta do contrabando das espécies raras da fauna amazônica e consolar Catiti (Arilene Rodrigues) - um índio de seis anos de idade, único da tribo a não ter um animal de estimação.
A trama desenrola-se a partir da visita de Carlito (Vitor Morosini), um adolescente da cidade, ao seu pai (Kadu Moliterno), que vive na floresta e também trabalha na proteção ambiental. No caminho de barco, o cachorro de Carlito pula no rio e é encontrado por Catiti. Paralelamente, um grupo liderado por Zuzu (Chris Couto) tenta driblar a vigilância de Tainá para capturar animais.
Tainá 2 é o primeiro longa-metragem do ator Vitor Morosini, de 15 anos, que já tinha feito alguns comerciais e participado do seriado Sandy & Junior. Sua atuação é considerada um dos pontos altos da produção. "Para mim foi um privilégio, conheci vários bichos: onça, jaguatirica, bicho preguiça... Foi uma experiência muito boa", conta. Para ele, foi muito mais complicado gravar uma cena em que precisou mostras as nádegas do que outra em que uma cobra (treinada, naturalmente) enrola-se em seu pescoço. "Confesso que tive um pouco de medo, mas a cobra era mansa. Foi muito mais difícil ter de mostrar minhas partes íntimas. Fiquei muito constrangido."
* Texto originalmente publicado no Jornal da Tarde e gentilmente cedido ao Omelete.
** O jornalista Ramiro Zwetsch também escreve na Radiola Urbana, um site que fareja o melhor da nova música e não deixa juntar poeira nos clássicos.
Ano: 2004
País: Brasil
Classificação: LIVRE
Duração: 76 min
Direção: Mauro Lima
Elenco: Eunice Baía, Vítor Morosini, Arilene Rodrigues, Kadu Moliterno, Chris Couto, Aramis Trindade, Leandro Hassun, Roney Villela, Daniel Munduruku
