Não precisa nem falar, a gente já sabe: hoje você está respirando Taylor Swift. O lançamento do novo álbum de estúdio da cantora, The Tortured Poets Department, monumental (como de costume) com suas mais de 30 faixas e duas horas de duração, garantiu que ela se tornasse o assunto do momento entre os fãs - e os apreciadores casuais de música também, é claro.
Se sua ideia é estender o momento criado pelo disco de Taylor para além dessas “meras” duas horas, no entanto, o Omelete tem uma ideia: que tal uma sessão de cinema temática de The Tortured Poets Department? Temos as dicas de filmes perfeitas para você.
Asas (1927)
Onde ver: Disponível para aluguel e compra no Prime Video e na Apple TV+.
A nossa Juliana Melguiso já explicou tintim-por-tintim quem era Clara Bow, a superestrela de filmes clássicos que talvez tenha sido a primeira “vítima da fama” na máquina cruel de Hollywood. Na letra de “Clara Bow”, que fecha a versão não-estendida do The Tortured Poets Department, a loirinha contextualiza a figura da atriz dentro de um contínuo de “it girls” usadas e descartadas pelo showbusiness. Para entender o apelo da persona cinematográfica de Bow, no entanto, a melhor escolha é Asas, que venceu o primeiríssimo Oscar de melhor filme ao contar a história de dois pilotos que vão de rivais a amigos (ou algo mais) durante a 1ª Guerra. Bow interpreta Mary, uma jovem doce e ingênua que se apaixona perdidamente por um deles, Jack (Charles “Buddy” Rogers).
Lírio Partido (1919)
Onde ver: Disponível no Plex.
Em “I Hate it Here”, Taylor relembra uma piadinha juvenil que fazia com seus amigos, quando dizia que adoraria ter vivido na década de 1830, “mas sem todos os racistas”. E, embora a referência de Hollywood clássica do The Tortured Poets Department seja Clara Bow, Lírio Partido não fica tão longe quando escala Lillian Gish (minha atriz de cinema mudo favorita, diga-se de passagem) como a esposa maltratada de um beberrão, que encontra refúgio nos braços de um comerciante chinês. Feito pelo diretor D.W. Griffith como forma de se esquivar das acusações (justíssimas) de racismo em seu megahit O Nascimento de Uma Nação (1915), este pequeno drama de relacionamentos tem todas as marcas alarmantes de sua época enroladas em um filme só - o personagem asiático, inclusive, é interpretado pelo ator branco Richard Barthelmess com uma maquiagem grotesca -, mas também conta uma história trágica cujo apelo é atemporal. Todo mundo tem o seu favorito problemático, não é mesmo, Taylor?
Frances Ha (2012)
Onde ver: Disponível na MUBI.
Do preto-e-branco das fotos e vídeos promocionais à aura de relacionamento hipster problemático que envolve a primeira metade do disco, o Tortured Poets Department tem tudo a ver com este filme que o casal Noah Baumbach e Greta Gerwig escreveu juntos, para ele dirigir e ela estrelar. Lindamente estruturado, e abençoado com o ritmo da montagem sempre excepcional de Jennifer Lame, trata-se de um romance que dobra como ode à amizade feminina, e dobra de novo como estudo de personagem de uma jovem contemporânea metida a indie e com medo de crescer. Soa familiar?
Como se Tornar Influente (2020)
Onde ver: Disponível para aluguel e compra no Prime Video, Apple TV+ e YouTube.
De acordo com os fofoqueiros de plantão, boa parte do The Tortured Poets Society é sobre o breve relacionamento de Swift com Matty Healy, vocalista da banda britânica The 1975. Uma boa pedida, então, é assistir a uma versão diferente do clichê “it girl se apaixona por rockstar alternativo e descobre o que todo mundo já sabia - que ele é um cretino de primeira”. Como se Tornar Influente tem Beanie Feldstein em performance cativante, Alfie Allen como o rockstar da vez, e uso de cor e ritmo vibrantes pela diretora Coky Giedroyc. Vale a pena!
Carol (2015)
Onde ver: Disponível na MUBI e no Looke.
Sim, eu sei que “Guilty as Sin?” é sobre Matty Healy. Sim, eu sei que Taylor usa o pronome masculino na letra toda. Mas, bom, foda-se: como toda arte, a música é o que você faz dela, e “Guilty as Sin?” vai ser abraçada com entusiasmo por fãs LGBTQIA+ ao redor do mundo por expressar a mistura dilacerante de prazer, transgressão, culpa e liberação que envolvem a atração homossexual. A loirinha estava pensando no olhar permanentemente entorpecido de Healy, mas tudo o que a música conjura são as olhadelas dardejantes e angustiadas de Cate Blanchett para Rooney Mara (e vice-versa) em Carol, clássico moderno de Todd Haynes.
Alguém Especial (2019)
Onde ver: Disponível na Netflix.
Quando Taylor Swift escreveu Lover, um dos seus álbuns mais românticos, cheio de declarações de amor, uma das músicas que mais chamou a atenção dos fãs foi “Death By A Thousand Cuts”, que falava sobre um término de partir o coração. Mais tarde, a cantora revelou que se inspirou no filme Alguém Especial, de Jennifer Kaytin Robinson, e estrelado por Gina Rodriguez, uma comédia romântica linda e sensível sobre uma mulher se redescobrindo após uma separação. É basicamente o que Taylor tenta fazer em faixas como “loml” e “How Did It End?” do novo álbum, e também há quem diga que a melodia de “I Look in People’s Windows” tenha sample (ou, pelo menos, lembre muito a) de “Death By a Thousand Cuts”.
Rye Lane - Um Amor Inesperado (2023)
Onde ver: Disponível no Star+.
Em Rye Lane, Dom (David Jonsson) e Yas (Vivian Oparah) estão tentando se recuperar de duas separações difíceis quando se conhecem aleatoriamente nas ruas de Londres. Já notou um padrão aí? Além de trazer todas as nuances e sentimentos envolvidos em um término (sob pontos de vista diferentes), o filme ainda acompanha os personagens em um dia de muitas aventuras pelas ruas da cidade. Perfeito para quem quer dar um último adeus à Inglaterra, assim como Taylor em “So Long, London”.
Um Pacto de Amizade (2023)
Onde ver: Disponível no Disney+.
Sim, este é um filme teen do Disney Channel, com adolescentes no Ensino Médio. Mas, ei, foi a Taylor Swift que descreveu seu atual romance com Travis Kelce como um amor de escola em “So High School”, então nada mais justo do que homenageá-lo na nossa lista também. Em Um Pacto de Amizade, Mandy Yang (Peyton Elizabeth Lee) também se apaixona pelo garoto popular da escola, Graham Lansing (Blake Draper) - e, felizmente, ele parece corresponder. Mas o filme vai muito além do clichê e apresenta uma história realmente fofa e divertida, que é difícil de não gostar se você for fã do gênero.