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Trabalho Sujo | Crítica

Pequena Miss Sunshine II - A Missão

30.12.2010, às 17H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H13

Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine, 2006) representou para a indústria do cinema independente um sonho possível: custos baixíssimos de produção, gastos ínfimos com marketing e resultados de bilheteria mundial expressivos, tornando o filme conhecido em diversos segmentos - o que facilita vendas em home video, televisão, etc.

Esse tipo de sucesso, porém, não costuma acontecer com frequência. É necessário um alinhamento de fatores que resultam em uma produção de enorme qualidade narrativa, algo que consiga cativar o público, que "adota" o filme como seu e o ajuda no boca-a-boca. Não adianta, portanto, tentar aplicar fórmulas de sucesso indie visando alcançar o mesmo sucesso. O cinema cult independente não funciona como os blockbusters de verão.

Trabalho Sujo

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Trabalho Sujo

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A lição foi aprendida em Trabalho Sujo (2008), que chega dois anos atrasado ao Brasil. Ainda que seja um filme interessante, o drama da neo-zelandesa Christine Jeffs (Sylvia) se esforça demais para ser "o próximo Pequena Miss Sunshine". A começar pelo título original: Sunshine Cleaning, uma espécie de tentativa de franqueamento independente dos produtores, os mesmos responsáveis pelos dois filmes. Além disso, colocar Allan Arkin em papel quase idêntico ao de Pequena Miss Sunshine, como o vovô sardônico, e explorar a ideia de uma família - com direto ao indispensável filho excêntrico - às voltas com situações dramáticas e cheias de bem-humorada estranheza, provam as intenções de indie-de-cartilha de Trabalho Sujo. Até a cidade é a mesma, a empoeirada Albuquerque, no Novo México, o que ganha reflexo até na ensolarada direção de fotografia.

Na trama, Amy Adams vive Rose Lorkowski, ex-líder de torcida que, fracassada, tornou-se diarista e mãe solteira. Sua irmã mais nova, Norah (Emily Blunt), não leva vida muito melhor... ainda mora com o pai delas, Joe (Arkin), sujeito sempre às voltas com estratagemas para enriquecer. A chance de Rose e Norah de mudarem suas vidas chega na forma de um novo e lucrativo trabalho: a limpeza de sangrentas cenas de crime.

A diretora não é novata em manipulação de público. Seu Chuva de Verão já havia abusado da boa-fé dos espectadores. Agora, pelo menos ela soube aproveitar os talentos à mão, grande trunfo da produção. A qualidade das atrizes principais, Amy Adams e Emily Blunt, fazem Trabalho Sujo valer a pena, sem as reviravoltas questionáveis do trabalho anterior da cineasta.

Entre similaridades forçadas, conveniências narrativas, subtramas dispensáveis e um reflexo da vida que parece ter vindo de outros filmes indies - e não da realidade -, é a entrega do elenco que transforma o drama em uma experiência razoavelmente agradável. Pelo menos alguém os produtores e a diretora conseguiram enganar.

Trabalho Sujo | Cinemas e Horários

Nota do Crítico
Regular
Trabalho Sujo
Sunshine Cleaning
Trabalho Sujo
Sunshine Cleaning

Ano: 2009

País: EUA

Classificação: 14 anos

Duração: 102 min

Direção: Christine Jeffs

Roteiro: Megan Holley

Elenco: Amy Adams, Emily Blunt, Alan Arkin, Mary Lynn Rajskub, Eric Christian Olsen, Jason Spevack, Kevin Chapman, Steve Zahn

Onde assistir:
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