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Crítica

Crítica: Transformers

O filme de ação do ano!

15.07.2007, às 20H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H26

A deslumbrante Megan Fox, que vive a garota perfeita que o protagonista de Transformers tenta conquistar, atua mal pra burro. Mas, sinceramente, não prestei muita atenção no que ela falava. A barriga perfeita da atriz paralisou vários dos meus centros de inteligência.

De certa forma, o hiperativo Transformers é uma enorme Megan Fox.

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Parecia um projeto improvável este de levar os robôs da Hasbro ao cinema. Extremamente populares na década de 1980, os brinquedos e desenhos animados, como muitos dos outros projetos da época, hoje são considerados "coisas de criança" pelos cabelos-brancos encarregados de estúdios que, preguiçosamente, não fazem a conta: as crianças de 20 anos atrás hoje têm em torno de 30 anos - e dinheiro pra irem ao cinema. Demorou, mas os produtores conseguiram emplacar a idéia na Dreamworks de Steven Spielberg, que entende essa matemática como ninguém.

A influência do cineasta é visível nos melhores momentos de Transformers. Michael Bay, encarregado da direção, era outro que não acreditava no potencial do projeto, mas foi convencido pela visão de Spielberg. Esse não é um filme de robôs, é um filme de um jovem e seu primeiro carro - envolvido inadvertidamente no meio de uma invasão espacial.

A contratação de Bay foi um tremendo acerto. Apesar de alguns hábitos cinematográficos dignos de álbum de fotos de casamento - alguém aí aguenta mais um beijo contraluz, pôr-do-sol ao fundo, na vida? - o diretor detesta as telas azuis tão na moda em Hollywood. E odeia mais ainda cenários em estúdios. Seu negócio é ir pra rua com sua equipe, explodir coisas de verdade - e essa predileção pela pirotecnia realista é elemento decisivo no sucesso de Transformers. Afinal, não apenas o público sente que a batalha pelo futuro do planeta está sendo travada no jardim de casa, mas os atores também "entram" melhor no clima do filme.

Shia LaBeouf, que vive o personagem principal, Sam Witwicky, é o melhor exemplo disso. É frequente ouvirmos em entrevistas que "atuar é reagir". Se isso é verdade, as bolas de tênis no alto de mastros para as quais Shia olha durante as filmagens, que mais tarde são substituídas por robôs de 10 metros de altura, merecem ganhar Oscars. Shia "reage" ao nada como ninguém antes dele. O sujeito grita, se emociona e interage com os robôs ausentes com entrega total. Não fosse ele, o filme perderia metade de sua força.

Outro acerto na mosca foi o equilíbrio perfeito entre o bom humor e a ação. As cenas de pancadaria e perseguição são extremamente empolgantes, com direito a câmera na mão - estilo de filme de guerra - e intercaladas com momentos absolutamente hilários. A cena dos robôs escondidos no jardim, enquanto os pais de Sam discutem o que ele estava fazendo trancado no quarto, é Spielberg puro. ET entre as bonecas, se o extraterrestre tivesse sido encontrado no primeiro American Pie. E a cena só melhora com o conhecimento de que todos os diálogos ali foram improvisados pelo trio de atores, LaBeouf, Kevin Dunn e Julie White.

E por falar em improviso, o apreço de Bay pela técnica numa superprodução hollywoodiana tem que ser louvado. Anthony Anderson, como um super-hacker, é outro que dá um show - a impressão (provavelmente correta) é de que todas as cenas em que ele aparece são improvisadas.

Outra fonte de risadas é o próprio governo dos Estados Unidos, algo curiosíssimo, considerando que a produção teve imenso apoio das Forças Armadas do país. George W. Bush e sua administração mais uma vez viram motivo de piada em mais de uma ocasião - e levam até ácidas críticas quando os EUA se mobilizam contra a Coréia do Norte e a China antes mesmo de saber se o ataque partiu deles ou de outra fonte. Qualquer semelhança com eventos do início do século não são mera coincidência... Mas os militares não devem estar muito preocupados mesmo, afinal, os soldados recebem aquele glamour que só Michael Bay consegue dar - câmeras lentas, as silhuetas portando armas ao longe, os atos de coragem emocionantes, etc. Tudo um tanto asqueroso e tudo muito brega, mas funciona inegavelmente bem como propaganda militar.

Mas quem se importa com Josh Duhamel e Tyrese Gibson, os milicos-glamour, quando temos Líder Optimus e Megatron se arrancando os parafusos na telona? É o efeito Megan Fox...

Os robôs estão absolutamente sensacionais! Os personagens blocadões dos desenhos ganharam milhares de partes móveis pelas mãos da equipe da ILM de George Lucas. Só o chefe dos Autobots, por exemplo, tem 10 mil partes diferentes que se mexem quando ele passa de caminhão para autômato. Por conta disso, alguns fãs torceram o nariz, reclamando que eles se parecem pouco com suas contra-partes animadas. Bobagem. O resultado beira o chocante, com robôs mudando em pleno vôo para atacar oponentes, ou mesmo semi-transformados, arrasando uma auto-pista em perseguições alucinantes. Ação definitivamente não falta em Transformers. E para os fãs, os roteiristas reservaram inúmeras surpresas, como frases clássicas e pistas escondidas.

Enfim, desde já um dos melhores filmes de ação do ano!

Nota do Crítico
Ótimo
Transformers
Transformers
Transformers
Transformers

Ano: 2007

País: EUA

Classificação: 10 anos

Duração: 144 min

Direção: Michael Bay

Roteiro: Roberto Orci, Alex Kurtzman

Elenco: Shia LaBeouf, Josh Duhamel, Megan Fox, Rachael Taylor, Tyrese Gibson, Jon Voight, John Turturro, Anthony Anderson, Peter Cullen, Mark Ryan, Hugo Weaving, Keith David, Kevin Dunn, Michael O'Neill, Julie White, Amaury Nolasco, Bernie Mac, Colton Haynes, Brian Stepanek, Frederic Doss, Michael Bay, John Robinson

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