Um dos cineastas mais aclamados de Hollywood, Woody Allen ainda não decidiu se vai se aposentar do cinema. Em entrevista ao AirMail (via Deadline) para falar sobre seu novo filme, Coup de Chance, o diretor disse que não descarta desenvolver um novo projeto.
"Estou em dúvida sobre isso. Não quero ter que sair para arrecadar dinheiro. Acho isso uma dor no pescoço. Mas se alguém aparecer e disser: 'Queremos apoiar o filme', então eu consideraria seriamente. Provavelmente não teria força de vontade para dizer não, porque tenho muitas ideias", explicou Allen.
Um dos motivos que o afasta de trabalhar novamente com cinema é o atual momento da indústria. Na opinião de Allen, o "romance do cinema acabou".
"Não importa para mim se sou distribuído aqui [noa EUA] ou não. Depois que faço o filme, não o sigo mais. A distribuição não é mais o que era. Agora a distribuição é de duas semanas num cinema… Todo o negócio mudou, e não de uma forma apelativa. Todo o romance do cinema se foi", completou.
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Em anos mais recentes, Allen tem concentrado sua produção inteiramente na Europa, após perder apoio nos EUA devido à reiteração da acusação de abuso levantada contra ele pela ex-enteada Dylan Farrow.
Ela acusa Allen, que foi namorado de sua mãe Mia Farrow, de abuso sexual desde os anos 1990. O diretor nega a acusação e nunca foi formalmente condenado por ela, embora um juiz tenha negado o seu processo para conseguir a guarda de Dylan e caracterizado o comportamento dele com a enteada como "nojentamente inapropriado".
Em 2013, Dylan voltou a falar publicamente de sua acusação, e em 2021 a HBO explorou o caso na docussérie Allen v. Farrow. Desde então, o cineasta precisou procurar financiamento alternativo para seus longas, que também encontraram dificuldade para serem lançados nos EUA.
Allen é dono de 4 Oscar, incluindo melhor direção e roteiro por Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977) e melhor roteiro por Hannah e Suas Irmãs (1986) e Meia-Noite em Paris (2011).
