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Crítica

A Hora do Espanto | Crítica

Comédia de horror resgata clássico oitentista

06.10.2011, às 20H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H38

A maior defesa a ser feita a respeito de A Hora do Espanto (Fright Night, 2011) é que o filme é tão superficial quanto o clássico oitentista homônimo em que foi baseado. O roteiro vazio, em que situações com potencial de desdobramento interessante em metáforas para a adolescência e responsabilidade, perde-se nas cenas de ação do arrastado terceiro ato.

A Hora do Espanto

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Soluções mais elaboradas, porém, neste caso parecem curiosamente desnecessárias, tamanha a diversão que esse terror, que revisita tempos mais simples, oferece. Se não apresenta nada de inteligente, ao menos a produção não ofende ou busca ser algo mais do que efetivamente conseguiria ser. Menos sexualizado que o original (é um filme da Disney, afinal), o longa tem um tom interessante, de comédia de horror, que era tão comum há 20 anos e parece esquecido hoje. É simplesmente divertido assisti-lo e esses dois aspectos, os sustos e as piadas, são bem equilibrados.

O diretor Craig Gillespie, que despontou com o ótimo A Garota Ideal, faz um bom trabalho com o seu elenco. Colin Farell parece divertir-se na pele do vampiro Jerry, o vizinho misterioso que se muda para a casa ao lado de Charley Brewster (Anton Yelchin, de Star Trek), um "ex-nerd" que, alertado por um amigo antigo (Christopher Mintz-Plasse), começa a desconfiar do sujeito bonitão que está eternamente reformando a casa. Toni Collette (que trabalhou com Gillespie em United States of Tara), vive a mãe que não acredita no filho - que é forçado a procurar a ajuda de um mágico ocultista de Las Vegas, Peter Vincent (o escocês David Tennant, de Dr. Who), para livrar-se da praga.

É um tremendo alívio ver vampiros serem tratados como se deve: queimando no sol, morrendo com estacas no peito, não aparecendo em reflexos, temendo cruzes e sendo sedutores - o pacote clássico completo. Sem as invencionices de Crepúsculo, que, aliás, é satirizado com uma ótima piada. Em tempos em que os predadores definitivos da mitologia viraram românticos emos, A Hora do Espanto resgata valores sanguessugas que merecem ser lembrados. "Ele é o tubarão em Tubarão", explica o personagem de Mintz-Plasse (que parece saído de Os Garotos Perdidos, outro clássico de uma era diferente). Se A Hora do Espanto apresenta alguma modificação relevante ao mito dos vampiros, é o apreço de Jerry por uma boa cerveja...

Fica a ressalva, no entanto, ao 3-D - um dos piores (talvez o pior) do cinema recente. Definitivamente não pague a mais por ele. Fora uma cena em que fagulhas dançam na tela com um efeito bastante agradável e alguns segundos do clímax contra o vampiro, a escuridão e os tons dessaturados do filme simplesmente arruinam a tridimensionalidade. Em muitos momentos é até difícil discernir o que está acontecendo. Prefira mesmo o 2D e não entregue sua jugular à sede do estúdio por uns trocados a mais.

A Hora do Espanto | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Bom
A Hora do Espanto (2011)
Fright Night
A Hora do Espanto (2011)
Fright Night

Ano: 2011

País: EUA

Classificação: 14 anos

Duração: 106 min

Direção: Craig Gillespie

Elenco: Anton Yelchin, Colin Farrell, Toni Collette, Christopher Mintz-Plasse, David Tennant, Imogen Poots, Emily Montague, Dave Franco, Will Denton, Chris Sarandon, Sandra Vergara

Onde assistir:
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