O fim da primeira temporada de A Casa do Dragão (House of the Dragon) causou polêmica entre leitores do livro Fogo e Sangue – no qual a série se baseia – por conta de uma mudança em um acontecimento-chave para a Dança dos Dragões, a grande guerra civil da dinastia Targaryen.
E, embora a adaptação seja bem fiel aos acontecimentos do papel, há outras mudanças significativas na trama da HBO. Vale notar, os showrunners Ryan Condal e Miguel Sapochnik tiveram um desafio especial, visto que Fogo e Sangue é, ele mesmo, um compêndio de histórias contadas do ponto de vista de terceiros. Ou seja, não são os personagens que contam a trama, mas sim outras fontes que registraram a história depois – às vezes, em relatos conflitantes.
A Casa do Dragão tem navegado entre essas versões e, inevitavelmente, alguns acontecimentos têm sido transformados (e preenchidos) para as telas. A seguir, elencamos as 5 principais mudanças:
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O confronto Aemond x Lucerys
O confronto que dará o pontapé inicial na guerra entre Rhaneyra e Aegon II acontece de forma um pouco diferente nas duas mídias. A série enquadrou a morte como um acidente fatal, causado pela imprevisibilidade dos dragões Arrax e Vhagar após Aemond, aparentemente, tentar dar um susto em Lucerys.
O livro, por sua vez, parece indicar uma certa deliberação da parte do filho de Alicent. No encontro de Aemond e Luke em Ponta Tempestade, o primeiro chega a dizer que quer "ou o olho, ou a vida" do sobrinho -- e ele só decide perseguir o rapaz em meio a uma forte tempestade após ser provocado por uma das filhas do lorde Borros Baratheon.
A amizade de Rhaenyra e Alicent
A relação das duas protagonistas é bem destrinchada na série, com seus altos e baixos, e vai muito além do material-base de George R. R. Martin. Nas páginas, Alicent é cerca de dez anos mais velha do que Rhaenyra, e as duas não são próximas. Embora elas cheguem a se dar bem após o casamento da primeira com Viserys, as duas entram em rota de colisão por conta da sucessão, visto que Alicent queria que seu filho Aegon se tornasse o herdeiro do rei – o que não aconteceu.
A profecia de Aegon
O livro não traz nada – nadinha mesmo – sobre a Canção de Gelo e Fogo, o sonho de Aegon (o Conquistador) que previu a batalha que oporia Westeros a um grande mal, vindo do norte. Essa ausência faz sentido sabendo que o livro é baseado em relatos de terceiros – que obviamente não teriam por que saber de um segredo passado de monarca a monarca.
Aqui, vai um bônus: também não há nas páginas a confusão de Alicent ao ouvir Viserys, em seu leito de morte, comentar a profecia. No papel, inclusive, a esposa do rei é uma figura bem mais direta em suas ambições para com o Trono de Ferro.
A morte de Laena e a “morte” de Laenor
Os filhos de Corlys Velaryon e Rhaenys não têm uma vida longa em Fogo e Sangue. Laena morre de complicações no parto, poucos dias após dar à luz um bebê malformado, que morreu uma hora depois de nascer – um destino bem menos dramático em comparação com a série, na qual ela pediu que Vhagar abreviasse seu sofrimento.
Já Laenor, nos livros, morre de fato em um confronto com seu amante, sor Qarl Correy, após uma briga em uma feira (e não há sugestões de que seu cadáver tenha sido desfigurado, o que, como na série, daria margem para uma falsa morte). Há relatos divergentes sobre os motivos do crime, que poderia ter sido motivado por ciúmes ou até encomendado por Daemon – uma versão não muito distante do que vimos na adaptação.
O grande momento de Rhaenys no episódio 9
Rhaenys teve um momento de cair o queixo no nono episódio de A Casa do Dragão, quando emergiu do Fosso dos Dragões montada em Meleys, após ser pressionada por Alicent a jurar lealdade aos verdes. Tal cena memorável não existe nos livros. Por lá, a primeira menção à Rainha Que Nunca Foi após a coroação de Aegon II vem logo quando ela e Corlys se unem ao conselho de Rhaenyra.
Vale notar, também, que no livro não há indicativos de que A Rainha Que Nunca Foi tenha hesitado no apoio à filha de Viserys, ao contrário do que acontece na série.
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