Depois de uma extensa descrição do game, que acompanhamos na Star Wars Celebration, é hora de finalmente colocar as mãos em Star Wars Battlefront na E3 2015 e descobrir se o título vale a expectativa ou não.

Recentemente tentei jogar novamente alguns dos jogos antigos da série, em nome da nostalgia. A experiência foi péssima, já que esses games envelheceram mal. "Curioso que você tenha feito isso. Nós também revisitamos os games antigos, em busca de momentos que poderiamos usar. Mas há certas coisas que são melhores na lembrança, então decidimos por uma experiência totalmente única", contou Patrick Bach, diretor geral dos estúdios DICE ao Omelete.

Segredos de Star Wars Battlefront são revelados na Star Wars Celebration

Realmente, não existe comparação possível. A demo, ambientada na batalha de Hoth de O Império Contra-Ataca, traz toda a escala esperada de um jogo de Star Wars e, melhor ainda, o senso de urgência e fascínio. Intitulada "Assalto de Andadores", a missão emula a grande batalha no planeta gelado do início do Episódio V, com o Império avançando sobre a base Rebelde.

A sensação foi de combate mais "organizado" que um Call of Duty, por exemplo. Objetivos claros, ainda que na demo multiplayer, com público de feira, não existisse qualquer senso de equipe e o "cada um por si" prevalecesse. As naves passando sobre os jogadores, os enormes andadores avançando e belas explosões na neve compensaram o desencontro dos jogadores no multiplayer, com a emoção esperada de um título da série, mas com uma diferenciação: há mais recursos em cada soldado em campo, como jatos portáteis - pela primeira vez vistos em personagens que não o Boba Fett.


A explicação para isso é simples. "O game revive batalhas únicas dos filmes. As recria, mas amplia. Os filmes só mostram o que está diante das câmeras desse universo. Aqui temos a possibilidade de aumentar, mas dentro de um conceito. Se jatos portáteis existem, por que não usá-los em stormtroopers? Fizemos isso em nome da diversão, mas sempre respeitando o pré-existente".

Além dos jatos e dois tipos de armas, não havia muito com o que experimentar. Para a versão jogável na E3, um sistema pré-definido de equipamentos foi criado para acelerar o início das partidas. Mas a versão final terá muitas possibilidades de personalização de equipamentos. Infelizmente, não peguei nenhum upgrade de veículos ou heróis, mas vi algumas das pessoas ao lado controlando os andadores AT-ST, que são velozes e funcionam como tanques em games convencionais. Já os de quatro pernas, AT-AT, avançam em direção ao seu objetivo sem desvio de rota, permitindo apenas que você use o canhão frontal na cabeça e peça ataques orbitais sobre o campo de batalha, como um comandante de campo. Tie Fighters e Snow Speeders também estavam disponíveis na demo.

"O difícil é equilibrar tudo isso... o nível de poder dos personagens, por exemplo. Analisamos cada força e fraqueza de personagem", explicou Bach. Para o diretor, essa é a maior novidade do game em relação a outros jogos de tiro. "Esse sistema força você a explorar melhor o mundo, como pouca gente costuma fazer em outros games do gênero. E quando você enfim pega um deles, o desejo de usá-lo é imediato. Sinto que, ao jogar, isso é muito novo e traz uma sensação diferente ao estilo de tiro em primeira ou terceira pessoa". Perguntado sobre quais personagens poderão aparecer em que batalhas, se alguém que não estava em determinado lugar pode surgir ali em nome da liberdade criativa, o executivo desconversou. "Não posso dizer muito ainda, mas haverá limitações de quais personagens dividirão cada fase. Assim como veículos e power ups... Ao final, tudo precisa fazer sentido", disse. "E eles têm um papel na batalha, afinal...", completou, enigmático

Essa autenticidade - não usar jawas em Endor, por exemplo - é muito importante para o estúdio. "É maravilhoso contar com a Lucasfilm para garantir que tudo o que fazemos seja embasado no que eles construíram. Temos acesso a tudo. Mas em termos de história, já que não há uma narrativa no jogo, tudo o que temos a fazer é apresentar o resultado a eles em busca de um selo de aprovação, para ter certeza que estamos fazendo tudo certo", segue"Afinal, só aceitamos embarcar a bordo por que nos deram liberdade pra criar tudo do zero, respeitando o que Star Wars significa. A intenção é voltar às raízes do que os Battlefronts deveriam ter sido e infundir isso com a alma da DICE".

Ainda em nome dessa autenticidade, Bach garante que não haverá um editor de mapas ou coisa assim no game, para que pessoas criem suas próprias visões para a saga. "Daí sairiam coisas que não seriam Star Wars e esse é o maior valor do game, afinal, o próprio universo Star Wars - e o que ele significa. Esse DNA existe em tudo no jogo", concluiu.

Star Wars Battlefront chega às lojas em 17 de novembro.